“Larry Crowne” de Tom Hanks
Dois dos maiores ícones da 7ª arte norte-americana voltam a partilhar o protagonismo, 4 anos depois do incisivo Charlie Wilson’s War.
Para além de partilhar com este o tom leve e descontraído mas sentido, o filme destaca-se por tratar-se d 2ª experiência de Tom Hanks atrás das câmaras (depois de That Thing You Do!… já lá vão 15 anos!).
E se na sua obra de estreia Hanks viajava até ao showbiz dos anos sessenta, desta vez, ele apresenta-nos uma visão simples mas real da actualidade.
Tendo por pano de fundo a crise financeira que assola meio mundo, o filme conta a história de dois adultos que procuram (e encontram) um futuro diferente para as suas previsíveis mas apáticas vidas!
Quando é despedido do seu emprego como empregado de loja (apenas por não ter formação superior), Larry Crowne (Hanks) vê-se obrigado a procurar trabalho. Porém, com a estagnação do mercado, não lhe resta outra alternativa que não seja voltar à escola!
Lá encontrará uma professora especial. Fora da faculdade, Miss Tainot (Roberts) vive uma relação moribunda e profissionalmente o seu entusiasmo não é melhor!
O optimismo de um e o realismo de outro irão chocar de frente, até que a desconfiança transformar-se-á em admiração!
Sem nunca surpreender ou encantar, o filme acaba por revelar (pela enésima vez!!) a inegável competência de Hanks em encarnar o Homem comum. Em consequência disso ficamos com um retrato fiel de uma realidade bastante mais comum do que o que muitos querem reconhecer.
Mas o filme não é apenas sobre a cruel realidade, é também sobre a a doce realidade que aproxima pessoas diferentes e faz vir ao de cima o melhor que cada uma tem para dar…
Relativamente aos desempenhos pouco há a dizer. Tanto Tom como Julia cumprem com qualidade as suas funções (mesmo que sem grande brilhantismo) enquanto que os restantes secundários não desiludem ao criar um ambiente familiar e bem disposto.
Já no que diz respeito à realização, o resultado final acaba por desiludir um pouco, contentando-se o actor/realizador em compor um produto normalíssimo, não acrescentando nada de realmente novo ao género.
A feel good-movie para aquecer este Verão que teima em manter-se fresco demais… fora das salas de cinema!
Melhores dias virão!