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“Rumo à Liberdade (The Way Back)” de Peter Weir


Após duas décadas de sucessos (Witness, Dead Poets Society, Truman Show…) o realizador Peter Weir, vetou-se a um merecido descanso, apresentando nos últimos 12 anos apenas dois filmes, Master and Commander (que lhe valeu as suas 5ª e 6ª nomeação aos Oscars – Filme e Realizador) e agora este The Way Back.

Baseado numa história verídica (apesar da forte contestação em torno da sua veracidade!), o filme acompanha a incrível viagem de um grupo de prisioneiros dos gulag siberianos (extremo Norte da Rússia) que, em 1940, percorreram a pé mais de 6000 quilómetros, até encontrarem a liberdade!

A extraordinária epopeia deste duvidoso grupo de indivíduos é uma daquelas histórias larger than life, pela sua amplitude, pelos sacrifícios a que obrigou, pelo espírito humanitário que implicou e, sobretudo, pela sua improbabildade!

Veracidade (ou não) à parte, o filme de Peter Weir tenta (o melhor que pode) captar a grandiosidade de tamanho desafio, porém a tela parece pequena demais para fazer justiça à beleza das paisagens, à dureza das privações e à emoção do feito alcançado.

Condenados (injustamente) a trabalhos forçados numa prisão situada numa zona remota da Sibéria, um polaco (Jim Sturgees), um russo (Colin Farrell) e um americano (Ed Harris) juntam um heterogéneo grupo de sobreviventes para encetar uma das mais audazes e suicidas fugas da história recente.
Mas naquele Inverno de 1940, fugir às tropas soviéticas era a menor das suas preocupações. Sem poder procurar refúgio e auxílio junta das populações locais (com medo de serem denunciados), o grupo terá que vaguear durante largas centenas de quilómetros até encontrar um local amigável… na Índia!

Ao trio de protagonistas irá juntar-se uma indefesa mas perspicaz Saoirse Ronan que da sua inocência e doçura trará um lado mais humano a este grupo de desconhecidos. Mas, também, ela perde-se na imensidão daqueles cenários sobre humanos. Das florestas russas, passando pelo deserto da mongólia e pelas montanhas dos Himalaias ficamos de boca aberta e coração nas mãos enquanto vivemos (à distância) o seu percurso.

Faltou apenas a Weir a capacidade de nos “obrigar” a acompanhá-los no seu trajecto. Somos impelidos a sentir as suas emoções mas a câmara mantém-se (infelizmente!) muito longe dos seus rostos e daquilo que os seus olhos vêm!

Maior parte do tempo sentímo-nos como mirones, o que faz com que seja mais fácil de digerir o que vemos mas não auxilia o filme no seu propósito de nos manter “agarrados” a ele!

Real ou não, será sempre uma jornada memorável!

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