“Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of the Planet of the Apes)” de Rupert Wyatt
E se de repente o mais inesperado blockbuster do ano (recheado de tecnologia e efeitos especiais), se tornasse num imenso exercício de consciencialização global!!
Contra todas as expectativas, Rupert Wyatt apresenta-nos um filme irrepreensível que dá uma nova luz sobre esse peculiar mundo dos macacos, arriscando com uma cativante e original abordagem a uma história com quase 50 anos.
E pese embora o imenso investimento na “tecnologia Avatar“, o filme destaca-se, da grande maioria, graças a uma emotividade e uma moralidade fora do comum – para um filme “de Verão”!
Uma das mais desgastante doenças da actualidade, o Alzheimer, torna-se o ponto central de um filme que, supostamente, deveria preocupar-se, exclusivamente, em deslumbrar (visualmente) os espectadores.
Will Rodman (James Franco) é um investigador que testa, em chimpanzés, uma possível cura para a degeneração das células cerebrais. Um percalço irá colocar em risco a sua pesquisa, deixando-o a braços (literalmente!) com um chimpanzé recém-nascido. No entanto, Caeser (com o brilhante desempenho de Andy Serkis por detrás do motion–capture) revelar-se-á bem mais do que simples primata…
Amigo, cobaia, filho, parceiro, colega, líder, Caeser demonstrará uma simplicidade alarmante, comprovando que a lealdade (aos seus) é, ou devia ser, um princípio universal!
Para além do merecido destaque para a dupla de protagonistas (Franco e Serkis, Freida Pinto anda por lá!) e o louvor para a coragem e visão do brilhante Wyatt, é igualmente exigida a devida referência ao virtuoso trabalho da equipa de efeitos especiais que transmite uma autenticidade e uma proximidade invejável mesmo nos nossos dias (e sem recurso ao “difícil” 3D).
Ainda assim, como vimos, todo o mérito irá para a forma inteligente como é reintroduzido a questão do “Planeta dos Macacos” e, sobretudo, para os diferentes dilemas sócio-culturais que são abordados – sem qualquer clemência – durante todo o filme!
Só uma achega, aqui (ao contrário do comum dos filmes norte-americanos) não há, necessariamente, um bom e um mau! Cada um (humanos e macacos) tem as suas fraquezas, as suas defesas e as suas convicções… e nós ficamos como que indefesos no centro dessa batalha.
Provavelmente o melhor filme deste Verão (mais não seja pela forma inquestionável como superou até as mais audaciosas expectativas!).
… a obrigatória sequela está já em fase de pré-produção!
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