“Amor Estúpido e Louco (Crazy, Stupid, Love.)” de Glenn Ficarra e John Requa
Mesmo de férias lá se arranjou (inevitavelmente) um tempinho para ir ao cinema.
A escolha não era muito vasta mas lá encontramos um filmezeco que iria estrear em Portugal na semana seguinte…
Steve Carell, Julianne Moore, Ryan Gosling e Marisa Tomei eram os principais destaques no cartaz… e pouco mais sabia sobre o filme.
Que agradável surpresa! Não sei se emocionalmente “debilitado” por qualquer fraqueza motivada pela distância à terra natal mas descobri em Crazy, Stupid, Love. uma loucura saudável que há muito não se via numa obra oriunda de Hollywood.
Pegando numa vasta gama de personagens com ligações mais ou menos evidentes Glenn Ficarra e John Requa constroem uma narrativa em torno das causas e das consequências do Amor. Mas como o próprio título evidencia não estamos perante um lamechas ensaio sobre o mais nobre dos sentimentos, mas sim, perante uma inspirada e bem-humorada abordagem a um tema milenar que desde cedo acompanhou (e continuará a acompanhar, certamente) a 7ª arte!
O que separa CSL dos demais é precisamente a forma séria mas igualmente descontraída como aborda um tema tão recorrente nas nossas vidas… e depois ainda temos aquelas surpresas durante o caminho!!
Quando Emily (Moore) conta ao seu marido que dormiu com outro homem e que quer o divórcio, Cal (Carell) permanece apático e totalmente perdido. Sem qualquer plano para o futuro, ele passa as noites no bar a afogar as mágoas até que Jacob (Gosling), um talentoso mulherengo, decide colocá-lo debaixo da sua asa e ajudá-lo de recuperar a auto-estima.
Com um novo look e uma nova postura, Cal irá entrar nesse jogo – do engate – sem a mínima ideia de onde aquilo o levará, especialmente perante a carência paternal dos seus filhos.
Dos 8 aos 88 deparamo-nos com as diferentes formas de manifestação de uma doença – o Amor – altamente complexa e sensível. Da primeira paixão ao primeiro amor, do primeiro desgosto à primeira ruptura, do primeiro lapso ao primeiro desastre, será difícil aos espectadores não se identificarem com pelo menos umas das situações. Quem vive (ou viveu) “o Amor” não tem por onde fugir!
Para além do trio de protagonista é igualmente de louvar o desempenho de Emma Stone, Marisa Tomei e Kevin Bacon dando ainda mais força a um argumento inspirado e inspirador! Nota ainda para os mais jovens, Analeigh Tipton e Jonah Bobo, igualmente competentes nas suas performances, o que alarga ainda mais o âmbito da obra.
Em suma, um filme para todas as idades que nos conquista facilmente, que nos deixa soltar umas fortes gargalhadas e que nos surpreende a cada esquina.
Uma das grandes revelações desta rentrée!!
Recomendado.
-
Pingback: “La La Land – Melodia de Amor” de Damien Chazelle – Doces ou Salgadas?