“Imortais (Immortals)” de Tarsem Singh
É impossível fugir à dupla comparação com 300 e Clash of the Titans. Do primeiro, Immortals herdou o aspecto visual e a raiva incontida dos seus protagonistas, do segundo a mitologia e a eterna batalha dos Deuses entre o bem e o mal, perpetuada na Terra pelos Homens.
Tarsem Singh deu nas vistas no início da sua carreira com The Cell, um policial surrealista protagonizado por Jennifer Lopez, mas o filme acabou por não resultar assim tão bem e foram precisos mais de 10 anos até o realizador indiano voltar a abraçar um projecto de igual (ou maior) dimensão!
Ainda assim, o principal atractivo do filme, por esta altura, será a “prova de casting” de Henry Cavill que em 2013 encarnará o maior de todos os super-heróis… Super–Man.
O actor britânico (que saiu do anonimato graças a The Tudors) confirma pergaminhos e deixa antever um grandioso regresso para o Homem de Ferro, ainda para mais com Zack Snyder (nem de propósito!) na cadeira de realizador. Cavill pode (ainda) não apresentar o charme de outras estrelas emergentes mas aparenta a garra e o talento suficientes para vingar na 7ª arte.
Regressando a Immortals, o filme conta a história de como Theseus (Cavill) se tornou no principal aliado dos Deuses na sua luta contra o doentio Rei Hyperion (Mickey Rourke) e a sua campanha para libertar os Titãs das centenárias amarras que os prendem.
Pelo caminho o jovem camponês, terá de superar algumas perdas, lutar contra preconceitos e armadilhas e resistir aos encantos de uma bela oráculo (Freida Pinto) que parece guiar o seu destino.
Como aliado terá apenas Stravos (Stephen Dorff), um ex-prisioneiro como ele, e uma pequena ajuda dos Deuses: Zeus (Luke Evans), Athena (Isabel Lucas), Poseidon (Kellan Lutz)…
Visualmente o filme é impecável, tirando partido aqui e ali do 3D para nos dar uma outra visão da acção que se desenrola na tela. Ainda que se possa argumentar algum excesso de violência, será necessário ter em consideração a era que o filme pretende recriar. E naquela altura, duvido que as guerras fossem assim tão cordiais…
Nota positiva igualmente para Mickey Rourke que depois de limitada (pela sala de montagem!) presença em Iron Man 2, tem aqui espaço para construir um vilão maléfico e aterrador. O seu rei Hiperião não será a pessoa mais amável do Mundo mas também ninguém lhe pagou para parecer simpático, certo!
Tarsem Singh poderá a partir daqui relançar a sua carreira (mais não seja com a provável sequela que se espera!), já que cumpriu os requisitos mínimos mas de futuro serão outras as exigências, ok?
Um filme para apreciadores de heróis (de outros tempos) e especialmente para fãs da mitologia e da super-imposition chroma key technique, imagem de marca de… Zack Snyder!