“Bruna Surfistinha – O Doce Veneno do Escorpião” de Marcus Baldini
A carteira de comentários em falta é grande, a disponibilidade de tempo já não é a mesma de outros dias e existem prioridades bem mais importantes! Dito isto, Bruna Surfistinha merece o seu tempo de antena… neste caso a dobrar (depois do comentário directamente do brasil).
Baseado numa história verídica e bem actual, o filme acompanha o improvável percurso de uma “garota de programa”, desde os seus dias de inocente menina, até se ter tornado num fenómeno à escala nacional (brasileira).
Acolhida por uma família humilde mas integra, a jovem Raquel Pacheco (Deborah Secco) decide abandoná-los e seguir para São Paulo, onde ganha a vida como prostituta num “bordel”. A sua postura descontraída e a sua cara laroca irão garantir-lhe um sucesso instantâneo junto dos clientes.
Daí até se instalar por contra própria parece um passo lógico. E quando Raquel se transforma em Bruna Surfistinha, e cria um blog onde fala do seu dia-a-dia, torna-se na mais badalada “garota” do Brasil.
Mas nem tudo serão rosas… nem de perto!
Para além da enorme coragem demonstrada pela conhecida actriz brasileira, o filme vale pela incrível história verídica que é contada… que parece realmente inacreditável!
No entanto, fica a sensação que o filme perde demasiado tempo a expor o lado mais carnal da história, falhando, por outro lado, na procura de justificações e clarificações que pareceriam inevitáveis.
Mas afinal quem era Raquel antes de se ter tornado em Bruna? É essa a questão que gostaríamos de ver respondida.
Isso não tira mérito a um filme corajoso e preciso que mergulha bem dentro do mundo clandestino da sociedade brasileira, não olhando a profissão, credo ou extracto social! E tudo com o tom mais ligeiro possível…
A prostituição está longe de ser um mundo de rosas mas não restam dúvidas que pode ter um lado mais jovial… mesmo que, apenas, por breves momentos!