“Albert Nobbs” de Rodrigo García
Glenn Close andou tempo demais arredada das luzes da ribalta!
Aos 65 anos a actriz de Fatal Attraction ou Dangerous Liaisons alcança a sua 6ª nomeação aos Oscars, 23 anos depois da 5ª…
Na década de 80, Close insurgiu pela 7ª arte num misto de raiva e beleza que lhe garantiram 5 nomeações aos prémios da Academia (num curto espaço de apenas 7 anos)… a sexta acontece apenas, agora, com este Albert Nobbs.
No entretanto, a sua carreira foi perdendo chama ficando na memória os seus desempenhos como Cruella de Vil (em 101 Dalmatians e respectiva sequela)… e pouco mais!
Pois bem, a nova geração tem o fortúnio de conhecer a Glenn Close dos melhores dias, graças a um desempenho memorável e totalmente merecedor de toda a atenção que suscitou.
Partindo de um argumento escrito pela própria actriz (adaptando um conto irlandês do século XIX), o realizador colombiano Rodrigo García – o autor de Mother and Child – constrói uma narrativa algo titubeante mas que dá espaço para que a veterana actriz confirme todo o seu talento e coragem!
Close dá corpo a Albert Nobbs, um criado de um hotel chique irlandês que esconde de todos a sua condição de mulher, única forma de ser independente e bem sucedida (naqueles tempos!). O seu grande sonho é juntar dinheiro suficiente para comprar uma loja e fugir de olhares mais desconfiados. Mas num mundo altamente masculinizado e duro, um peculiar e extrovertido pintor poderá ser o catalisador de intensas mudanças.
Para além de Close, destaca-se no elenco Mia Wasikowska (mais conhecido como Alice), o irlandês Brendan Gleeson e uma irreconhecível e igualmente nomeada ao Oscar (como Actriz Secundária) Janet McTeer.
O filme acaba por revelar-se um pouco insípido e pachorrento mas é pontuado por 2 desempenhos de elevadíssima qualidade que valem bem o bilhete de cinema.
Infelizmente nesta altura do ano a oferta cinematográfica é demasiado vasta e há filmes com tamanhas virtudes que se perdem por entre a múltiplas salas dos multiplex!
De qualquer modo já deixou a sua marca!
Fica, também, a música que se ouve no genérico final. Uma das que faltou nos (nomeados aos) Oscars para Canção Original!