“O Artista (The Artist)” de Michel Hazanavicius
Facilmente se percebe porque é considerado por muitos como o Melhor Filme do Ano! No entanto, não posso partilhar dessa opinião.
The Artist é um belo filme. Uma bela homenagem ao cinema (mudo), às suas origens e a uma das mais revolucionárias transformações que sofreu ao longo dos seus mais de 100 anos de história. Contudo temo que daqui a 3-4 anos o filme seja recordado bem mais pelos prémios que conquistou!
Longe de mim querer criticar a trabalho de Michel Hazanavicius ou o desempenho de Jean Dujardin mas não consigo identificar no filme um momento de puro brilhantismo! Para se tornar num clássico intemporal (na minha opinião) é necessário ter algo mais, é preciso deslumbrar a audiência, é forçoso apresentar algo nunca visto!
Tivesse sido rodado à 80 anos atrás e The Artist não seria alvo de tamanha comoção! Seria apenas mais uma história interessante, recheada de desempenhos de elevada qualidade (aqui inclui-se Uggie, o cão) que encheria salas de cinema um pouco por todo o mundo mas não seria “the one“!
Para mim faltaria ao filme acompanhar a evolução que representa. Porque não passamos a ouvir Bérénice Bejo, nos seus desempenhos glamourosos? Porque não odiamos, também, a voz de Jean Dujardin? Porque não temos a opção de, tal como os espectadores da altura, avaliar essa transformação do cinema? Para mim faria muito mais sentido assim…
Quanto ao enredo nada de muito inovador. Hollywood, anos 20. O cinema sonoro irrompe por entre a lucrativa indústria do cinema, deixando para trás todos os grandes artistas que não se conseguiram adaptar a essa nova era. Entre eles encontramos George Valentin (Dujardin), um ícone da era do cinema mudo que se recusa a acompanhar os novos tempos, incorporados no jeito e “na voz” de Peppy Miller (Bejo), uma estrela meteórica que muito deve à sua relação “profissional” com o galã. Enquanto um descobre a magia da fama, o outro conhece bem de perto o revés da medalha…
Nota final para a banda-sonora assinada por Ludovic Bource. Num filme como este (mudo!) a música assumiria outro protagonismo e o compositor francês não desilude, sendo responsável por um trabalho a todos os níveis brilhante. Oscar (quase) garantido!
Muito provavelmente sairá do Kodak Theatre consagrado como o Melhor Filme do Ano.
Para mim faltou aquele centelha que nos aquece a alma…
E foi o melhor filme do ano 🙂 Até me admiro de o ter comprado por 1€ no Jumbo.
"O Artista": 4*
O filme "O Artista" é uma lufada de ar fresco para a época em que estreou.
Mas este "The Artist" não é perfeito.
Cumprimentos, Frederico Daniel.