“The Grey – A Presa” de Joe Carnahan
Aos 55 anos, Liam Neeson descobriu que também é um talentoso actor de acção… graças à sua experiência em Taken (do francês Pierre Morel). Seguiu-se The A-Team e Unknown (pelo meio de outros projectos menos desgastante) e agora, muito perto dos 60, volta ao contacto com Joe Carnahan para este The Grey.
A diferença é que desta vez o filme passa um pouco das marcas. A acção foge dos normais contornos de bons contra maus (e possíveis alternâncias), para a mãe natureza. E aí não é fácil julgar uns nem outros…
Ainda assim, o que me causou mais confusão foi a extrema violência retratada a momentos. Dá para perceber que a vida num local tão inóspito como o Alasca não deve ser fácil, especialmente depois da queda do avião e perante frequentes tempestades de neve mas os lobos escusavam de ser tão doentios, ok?
Ottway (Neeson) é o responsável pela segurança de umas instalações petrolíferas em pleno Alasca. Não percebemos bem como foi lá parar (algum desconsolo amoroso, provavelmente) mas sabemos que passa dos seus dias a matar lobos. Quando um pequeno avião onde viajava juntamente com os trabalhadores da empresa se despenha, os 8 sobreviventes contarão apenas com o seu espírito de sobrevivência para resistir às intempéries do tempo e a um faminto bando de lobos.
Liam Neeson volta a confirmar pergaminhos. Convence plenamente no seu papel de líder martirizado e a sua voz terna transmite uma falsa calma a um filme vertiginoso.
Mas, acima de tudo, The Grey é uma história de sobrevivência e de como os seres humanos, apesar das suas diferenças, acabam por conjugar esforços (mesmo que infrutíferos) em situações extremas. É também um retrato de como as adversidades podem levar os Homens a questionar as suas crenças e de quão doentia pode ser a cabeça… de um argumentista ou realizador.
Não será necessário confessar que algumas cenas me causaram algum desconforto. Seria mesmo necessário ir tão longe, ou era apenas uma forma de nos lembrar que aquilo não passava de… um filme?
É verdade, o filme tem uma cena depois dos créditos.
Só a vi em casa…