“Branca de Neve & o Caçador (Snow White and the Huntsman)” de Rupert Sanders
Comecemos pelas inevitáveis comparações com Mirror, Mirror, a outra obra que este ano revisitou a lendária história da Branca de Neve. Perto da obra de Tarsem Singh, este Snow White and the Huntsman é uma… obra-prima!
Infelizmente este hiato entre os filmes é muito mais fruto do demérito da obra anterior, do que do talento demonstrado por Rupert Sanders. No seu filme de estreia, o realizador inglês demonstra mais “olhos que barriga”, tentando fazer desta reinvenção da eterna história dos irmãos Grimm, uma amálaga demasiado ambiciosa de géneros e enredos!
Para dar vida a personagens tão familiares foram “recrutados” 3 nomes fortes de Hollywood. Como Rainha Má encontramos a sul-africana Charlize Theron, uma das mulheres mais vistosas do mundo do cinema, que acaba por ofuscar, durante a larga maioria do filme, todos os seus colegas de elenco. A vampiresca Kristen Stewart assume o papel de Branca de Neve, revelando uma força e uma raiva que demonstra o seu crescimento como actriz. O mais contido (e menos convincente) dos três acaba por ser mesmo Chris Hemsworth (ou Thor?) como o Caçador.
À parte do reconhecido background da história, o filme surpreende definitivamente com a forma sui generis como integra a floresta mágica e os (7) anões. Porém, esta Snow White não é apenas uma donzela indefesa é, também, uma “mulher de armas” que faz justiça ao lugar assumido pelo sexo feminino na sociedade actual.
Ainda assim, é Charlize Theron quem assume o maior protagonismo no filme. A sua interpretação como Ravenna (a Rainha Má), faz-nos temer a todo o momento pela integridade (física) dos bonzinhos da história e, dificilmente, se pode pedir muito mais a quem assume a responsabilidade de encarnar o vilão (ou a vilã) de uma história como esta!
Grande destaque, também, para o virtuosismo de um conjunto de anões de elevada qualidade, quer pela riqueza dada às personagens quer pelos nomes dos envolvidos, Ian McShane, Bob Hoskins, Toby Jones, Ray Winstone ou Nick Frost. Terá sido, por ventura, o elemento mais surpreendente do filme, só mesmo igualado por aquela mágica cena na floresta encantada. Confesso que me… encantou!
O apontamento menos favorável vai mesmo para o desenlace, mais especificamente para uma desinpirada e desperdiçada cena final, na qual o aguardado duelo final resume-se a… quase nada! O filme merecia mais.
Contrariamente ao que tem acontecido nos últimos tempos (em que as produtoras abusam do prolongamento dos filmes para vários capítulos) talvez aqui se justificasse a sua divisão em duas partes. Dando mais espaço para o desenvolvimento de algumas personagens e, sobretudo, para o adensar de uma tensão latente que surge e desvanece-se de forma demasiado rápida!
Tem os condimento certos mas há algo que não funciona em pleno.
É este o meu veredicto final!
"A Branca de Neve e o Caçador": 3*
Vi a semana passada "A Branca de Neve e o Caçador" e gostei do que vi. Contudo não é perfeito e "Snow White and the Huntsman" peca por ser bastante parado.
Cumprimentos, Frederico Daniel.