“Magic Mike” de Steven Soderbergh
Por esta altura a larga maioria já terá conhecimento deste facto mas, provavelmente, nunca será demais lembrar que a história do filme é baseada na experiência pessoal de Channing Tatum, ele que com 19 anos trabalhou como stripper num bar na cidade de Tampa, Florida.
E não há como fugir a esta questão. Por muito que o filme tente ser bem mais do que “um grupo de homens a tirar a roupa”, é este o enfoque central da sua promoção e da larga maioria de espectadoras (propositadamente no feminino) que fizeram dele um sucesso à sua escala!
Steven Soderbergh que já este ano nos trouxe Haywire (nesse eram mulheres a dar porrada, agora homens a tirar a roupa), volta a aventurar-se por terrenos movediços e volta a confirmar que o talento é algo que não exige género, estilo ou número! Quando realmente existe dá para tudo.
É verdade que o argumento não traz nada de novo, é verdade que os protagonistas (para além de tirarem a roupa) limitam-se a cumprir a sua função, é verdade que o filme tenta – ainda que sem grande sucesso – acrescentar algo mais profundo mas, fora um ou outro apontamento de realização, pouco ou nada se aproveita.
Bem sei que as mulheres não ficarão muito chateadas com a situação… mas para nós (homens) o grau de exigência é, naturalmente, outro e por muito que os intervenientes tentem não consigo ver muito para além das pitorescas cenas de strip… quanto mais perceber qual a necessidade/utilidade de apostar numa sequela!?
Tatum é Magic Mike, um stripper a part-time que pretende enveredar por outros projectos mas que vê a sua vida irremediavelmente ligada à diversão nocturna e ao seu desempenho no palco.
O seu talento é aproveitado por Dallas (Matthew McConaughey), também ele “dançarino” e dono do estabelecimento mais badalado pelo mulherio de Tampa.
Mas esta frágil estabilidade será definitivamente abalada quando Mike assume como seu protegé, The Kid (Alex Pettyfer), um inexperiente mas ambicioso jovem de 19 anos. Ao mesmo tempo que ensina os truques da vida nocturna a Adam, Mike irá conhecer a sua irmã (Cody Horn), uma jovem enfermeira com sérias dificuldades em aceitar o estilo de vida dos dois jovens dançarinos.
Soderbergh encontra-se numa posição tal dentro da indústria cinematográfica norte-americana que lhe permite explorar/experimentar o que lhe bem apetecer. Raios, se o homem pode fazer o filme em que uma acompanhante de luxo é a protagonista (The Girlfriend Experience), que mal tem fazer um sobre strippers masculinos, certo?
Mas isso não quererá dizer que todas as suas “aventuras” sejam bem sucedidas, e mesmo que este Magic Mike até se veja de início ao fim, não deixa de soar a produto… de marketing!
Ainda assim não posso dizer que não gostei. A história é simples, as coreografias arrojadas e, no final, (quase) tudo se compõe. A verdade é que há por aí coisinhas bem piores!!
Quanto aos maridos e namorados que não se deixaram levar pela sugestão da parceira de ir ver o filme, deixem-se de preconceitos e façam lá a vontade à menina. Ao mesmo não têm de aturar nenhuma daquelas lamechices de trazer por casa que costumam aparecer nos nossos cinemas por esta altura!
O filme surpreendeu-me pela positiva, pois pensei que o filme falasse apenas de strip e não tivesse história. Mas enganei-me, no fundo o filme tem história e uma moral, mas sim é mais para o público feminino, mas sou homem e gostei do filme. Correção à sua crítica, Olivia Munn é a Joanna e não a Brooke irmã de Adam, a atriz que interpreta a irmã é Cody Horn, cumprimentos.