“O Que se Espera Enquanto se Está à Espera (What to Expect When You’re Expeting)” de Kirk Jones
Pelo título seria expectável que se trata-se de um filme direccionado às mulheres porém, confesso, não estaria à espera que os homens fosse tão fortemente estereotipados e menosprezados.
Bem sei que a gravidez, per si, é logicamente um processo bem mais impactante (em termos físicos e emocionais!) nas mulheres do que nos homens mas isso não (pode) significa(r) que nós não sejamos mais do que uns babysitters incompetentes!
Não é de hoje que venho demonstrando o meu desagrado perante a tendência recente dos chicks flicks de se terem extremado ao ponto de poderem ser considerados feministas – fruto da forma “cruel” como vêm retratando os homens!
Bem sei que durante anos (e hoje talvez não seja assim tão diferente) as mulheres foram retratados no cinema de forma leviana e secundária mas se isso não era justo, o inverso também não me parece adequado.
Quanto a este What to Expect… é um filme abrangente (em termos femininos, ora aí está!) dos problemas, virtudes e conflitos desencadeados pela gestação de um bebé.
Temos exemplos para todos os gostos, a super profissional que não quer abrandar minimamente o seu ritmo de trabalho durante a gravidez (Cameron Diaz), a fotografa que pretende adoptar uma criança africana em virtude das dificuldades em engravidar (Jennifer Lopez), a jovem grávida acidental (Anna Kendrick), a gravidez dolorosa (Elizabeth Banks) e a gravidez inofensiva (Brooklyn Decker).
Quanto aos homens, na sua generalidade estão a atravessar uma fase complicada e, com eles, tudo se resolve(?) graças a um passeio semanal pelo parque onde se juntam para partilhar as suas experiências como… baby-sitters! Ou qualquer coisa do género…
Para as mulheres, não tenho dúvidas que se trate de um filme instrutivo e revelador que as ajude a preparar ou a avaliar as suas próprias experiências. As personagens femininas parecem realmente de carne e osso e as suas histórias fluem naturalmente (salvo uma ou outra excepção), até chegarem a bom parto porto.
Depois do expressivo Everybody’s Fine, o realizador Kirk Jones dá um passo atrás com um filme unidimensional que alheia, por completo, o público masculino. Mesmo perante o target assumido seria expectável um maior cuidado nas caricaturas masculinas.
Ficou-me entalado, confesso.