“Madagáscar 3 (Madagascar 3: Europe’s Most Wanted)” de Eric Darnell, Tom McGrath e Conrad Vernon
Há alguns anos atrás lembro-me de ler/ouvir algures (talvez na revista Premiere, talvez numa qualquer cerimónia de Hollywood) que a apostar dinheiro no cinema de animação deveria ser feita a seguinte separação: se o critério fosse desempenho de bilheteira, todo o dinheiro na Dreamworks mas se fosse o número de prémios (i.e. Oscars) mudava tudo para a Pixar!
Aparentemente há coisas que não mudam assim tanto…
Madagascar 3, a sequela da sequela do filme que em 2005 acompanhou a temerária fuga de 4 hilariantes animais do Zoo de Nova Iorque até à pequena ilha africana, é indubitavelmente um regalo para os olhos – especialmente dos mais pequenos – mas deixa muito a desejar em termos de conteúdo e inovação.
Alex, Marty, Melmen e Gloria estão, obviamente, de regresso, assim como o quarteto de pinguins, o “rei” Julien, Maurice e Mort. Como seria natural Ben Stiller, Chris Rock, David Schwimmer, Jada Pinkett Smith voltam a dar voz ao quarteto de protagonistas enquanto Sasha Baron Cohen, Cedric de Entertainer e Andy Richter ao trio de secundários!
No papel das aquisições temos Frances McDormand como inspectora Chantel DuBois, Jessica Chastain como a felina Gia e o não tão famoso Bryan Cranston como Vitaly.
Depois de conquistado, em definitivo, o continente africano os 4 amigos decidem que está na hora de regressar a New York. No entanto, para isso precisam da ajuda dos 4 desenrascados pinguins que entretanto se “refugiaram” no principado do Mónaco.
O plano era fácil – pegar nos pinguins e no seu avião e voar até ao continente americano – mas a descrição não é, propriamente, o forte deste grupo de animais, e rapidamente caiem no radar na implacável e peculiar agente Dubois, da polícia francesa.
Resta-lhes fugir pelo continente europeu a bordo de um comboio do circo, onde poderão passar despercebidos…?
Apesar de alguns momentos de puro divertimento e de muita cor e alegria, o filme acaba por perder alguma consistência fruto de alguns excessos no enredo e de uma evidente falta de originalidade na resolução de alguns berbicachos!
Como ferramenta para entreter a pequenada nestes dias de férias grandes o filme funciona na perfeição (daí os seus resultados de bilheteira em Portugal, por exemplo), infelizmente os mais graúdos irão sentir-se um pouco defraudados pelo rumo assumido pelo franchise.
Compreende-se a opção mas não se pode deixar de lamentá-la!
É que nós gostamos de cinema de animação e esperávamos mais… e melhor!