“Step Up: Revolução (Step Up Revolution)” de Scott Speer
Mal refeito do acidente de percurso que se revelou o inquietante ATM, novo acto de loucura ao arriscar neste 4º capítulo do franchise que ajudou a revelar Channing Tatum (assim de repente é a 1ª associação que me vem à cabeça!).
Corria o ano de 2006 quando estreou entre nós o original Step Up, um filme competente visto, a esta distância, como o Dirty Dancing dos nossos dias…
Para além do efeito Tatum, saltava à vista a qualidade das coreografias, a democratização do street dance e a química revelada entre os protagonistas (que entretanto casaram na vida real!).
Os filmes de 2008 e 2010 passaram-me, por completo, ao lado. Mais do mesmo, quis-me parecer…
Sem um protagonista com tanto chamariz e explorado (nos mais diferentes formatos) o conceito de forma tão extenuante, seria necessário algo de minimamente distinto para justificar um 4º capítulo.
É neste contexto que o flash mob surge como peça central deste filme!
A historinha continua o mais simples possível – incluindo o boy meets girl -, a dança continua deslumbrante, o 3D ajuda a criar a atmosfera possível mas é, realmente, uma motivação extra a expectativa gerada a cada novo acto de insubordinação.
É uma daquelas modas que tem tudo para perdurar, haja imaginação e talento para a pôr em prática! Agora fazer um filme disto já começa a ser abusar um pouco da sorte…
Ryan Guzman e Kathryn McCormick são os protagonistas de serviço, ele no papel do jovem humilde que sonha fazer da dança (de rua) a sua forma de vida, ela como a menina que quer deixar os negócios da família de parte para seguir o seu sonho, a dança contemporânea!
Os seus percursos irão cruzar-se e The Mob, o grupo de dança responsável pelos mais ousados flash mobs de Miami, será o veículo preferencial para estes e outros jovens demonstrarem os seus ideais.
Falta consistência a um argumento em que as partes – os momentos de dança – valem bem mais do que o todo! De qualquer forma, para os apreciadores do género, este Revolution será um regalo para olhos, ouvidos e corpo, porque, confesso, dá mesmo vontade de dar um passinho de dança depois de ver aquela malta toda a mexer.
Como cinema deixa muito a desejar… agora como obra de entretenimento até que nos deixa com a moral em cima!