“Selvagens (Savages)” de Oliver Stone
Até os grandes mestres têm “travessias no deserto”…
Oliver Stone, nome maior do cinema norte-americano nas décadas de 80 e 90, fruto de filmes como Platoon, Natural Born Killers, Wall Street, JFK, Born on the Fourt of July, perdeu algum do seu fulgor nos anos que mediaram o passar do século.
A diferença é que os grandes, mesmo quando estão na mó de baixo deixam-nos W., World Trade Center ou Any Given Sunday. Quem é bom, tem destas coisas!
O seu filme anterior, a sequela de Wall Street, deixou antever o pior mas este Savages promete resgatá-lo definitivamente para a ordem do dia!
Sem ser brilhante, o filme aborda de forma impecável e distinta uma temática recorrente no cinema norte-americano: o tráfico de droga e as suas ramificações.
Porém, o trabalho do realizador – este é daqueles casos em que se nota perfeitamente a sua presença – tem o condão de transformar uma obra (aparentemente) rotineira num filme da mais elementar qualidade!
E se John Travolta, Salma Hayek e, especialmente, Benicio del Toro cumprem com distinção a sua função, não se pode negligenciar o desempenho dos 3 mais jovens: Aaron Johnson, (Kick-Ass, Albert Nobbs) Taylor Kitsch (John Carter, Battleship) e Blake Lively (Gossip Girl, Green Lantern)! Reside precisamente sobre os ombros destas três estrelas em ascensão o risonho resultado do filme.
Chon e Ben (Kitsch e Johnson, respectivamente) são dois jovens amigos e empreendedores que há falta de melhor plano de vida dedicam-se a produzir e comercializar a melhor cannabis da América no Norte. O seu segredo é a criação de um ambiente totalmente livre das típicas guerras entre cartéis. A sua fonte de perdição inspiração, O (Lively) a mulher que os mantém unidos.
Porém, a violência irá bater-lhes à porta e mesmo contra a sua filosofia de vida eles serão forçados a… (re)agir!
Verdadeiramente, à primeira vista, não parece nada de novo mas entre os diferentes twists que vão pautando o desenrolar da história e a omnipresente narração que transmite um sentimento bem mais introspectivo ao filme, acabamos por nos sentir totalmente rendidos a uma obra surpreendente!
O romance de Don Winslow (e respectiva adaptação ao cinema) parece ser de uma riqueza invejável, a química entre os protagonistas é fulminante, os secundários são de uma dureza irrepreensível (que dizer do grande Benicio del Toro??), L.A. continua quente e viciante e Oliver Stone consegue uma obra abrangente que atraí o novo público e agrada aos mais fiéis.
A meu ver um filme que merece ser mencionado aqui e ali, quando se começar a falar dos melhores do ano! E está tudo dito!
Concordo 🙂 O filme é excelente 5*