“Astérix & Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade (Astérix & Obélix: Au Service de Sa Majesté)” de Laurent Tirard
A quarta incursão do universo criado por René Goscinny e Albert Uderzo pela 7ª arte (4 anos depois de Jeux Olympiques) resulta num filme bem melhor do que o expectável, muito por culpa de um argumento bem conseguido e de um 3D com alguns apontamentos precisos (e hilariantes).
O verdadeiro senão, em sintonia que a critica que habitualmente deixamos às dobragens e afins, é o franceses irem para a Grã-Bretanha falar inglês, no mais puro francês possível. Para quem viu a versão original, a cena na taberna (com os romanos) é reveladora dessa imensa incongruência e falta do mínimo sentido cultural!
Seria assim tão complicado e degenerativo colocar os ingleses a falarem… inglês, entre eles?
Quanto aos intervenientes, Gérard Depardieu continua a dar (muito) corpo ao imenso Obélix enquanto que o mais maneirinho Astérix é, desta vez, encarnado por Edouard Baer – ele que curiosamente já tinha participado em Mission Cléopâtre mas no papel de Otis.
À parte da incontornável questão cultural que afasta liga o povo francófono aos bretões e de todos os (inocentes) mal-entendidos que acrescentam ao filme um sentido de humor particular, a visão de Laurent Tirard dos gauleses mais famosos da BD convence nas interlinhas.
Cenários pitorescos, algumas figuras peculiares e uma atmosfera saudosista (para aqueles que cresceram perto dos albuns) fazem desta obra um plano perfeito para estas matinés mais chuvosas.
Desta vez a dupla de amigos viaja até à Bretanha para ajudar os seus amigos(?) locais na sua luta contra o inimigo preferidos dos gauleses, Jules César (Fabrice Luchini)!
Porém, para lá do canal da mancha, vive um povo sui generis, senhor de uma cultura bem mais restrita e austera do que a dos inabaláveis gauleses e que tarda em reagir à opressão romana.
Mas, como é óbvio nem tudo será tão linear como planeado e entre os londrinos, os nórmandos, os indianos(?) e os gauleses não há quem se entenda… pelo menos ao primeiro contacto!
Sem complexos nem grandes ambições, o filme é suficientemente competente para matar as saudades desta malta alegre e bem disposta que costumava completar a infância e adolescência de todos nós.
Eles eram brutos, gulosos, divertidos, carinhosos, educativos… e continuam a ser!
Merecem a nossa vossa visita, se possível em 3D… e na versão original, ok?!