“As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower)” de Stephen Chbosky
Lembro-me de que na 1ª vez que vi o trailer do filme (à cerca de 6 meses), fiquei com a ideia que poderiamos estar perante uma obra muito interessante.
Ainda assim, não ficaram dúvidas que o seu objectivo máximo seria contribuir para a “nova” imagem de Emma Watson pós-Harry Potter (ou melhor, pós-Hermione)!
Parece que não prestei a devida atenção ao nome dos restantes protagonistas!
Logan Leman não precisa de grande apresentações – Percy Jackson e The Three Musketeers trataram de lhe dar exposição – mas, honestamente, estaria longe de pensar que o rapaz teria assim tanto jeito! Ezra Miller, para além do nome difícil, foi o protagonista de We Need to Talk About Kevin e já na altura tinha alertado para o seu imenso talento.
Junto a Emma dão corpo a um trio de adolescentes que faz uma viagem reveladora durante o “último” ano de liceu… pelo menos para Sam (Watson) e Patrick (Miller), uma vez que Charlie (Leman) está apenas a começar o seu percurso pré-univeritário.
Introvertido e ingénuo Charlie irá encontrar em Sam e Patrick a inesperada amizade que o ajudará a encontrar o seu lugar no liceu e a lidar com alguns problemas… delicados!
Durante grande parte do filme, Stephen Chbosky dirige este grupo de jovens talentos de forma subtil e coerente apresentando-nos um retrato preciso de uma geração à procura do seu espaço. No entanto, ao invés de centrar atenções nas figuras mais recorrentes (ou populares), o realizador/argumentista/escritor norte-americano opta por dar protagonismo aos “invisíveis”.
Esta amalgama (de invisíveis) é formada por um pitoresco mas complementar conjunto de personalidades pouco comuns (no cinema) mas que facilmente qualquer um de nós poderá identificar nas suas memórias…
Daí o filme entra num registo de grande qualidade ao transmitir uma dimensão distinta ao nosso grupo de protagonistas, revelando, passo a passo, alguns dos segredos que estariamos longe de desconfiar.
Mas nada é feito ao acaso ou repentinamente. Há um cuidado imenso em preparar-nos para um desenlace contundente mas ao mesmo tempo natural que obrigará todos a guardar este filme bem perto do coração… e da razão!
Surpreendente o desempnho de Logan e irrepreensível, também, a contribuição de Emma e Ezra!
The Perks of Being a Wallflower nunca será um fenómeno de massas (nem o pretende ser!) mas está muito perto de revelar-se um daqueles tesouros partilhados delicamente por uma larga minoria!
Um dos melhores filmes independentes do ano, lembrando obras tão relevantes como Little Miss Sunshine, Juno ou, mais recentemente ainda, Ruby Sparks.
Recomendado a todos os níveis… especialmente para quem (ainda) se quer deixar surpreender com uma obra simples e actual!