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“Os Miseráveis (Les Misérables)” de Tom Hooper

Falta um ou outro comentário de 2012 (promete que muito brevemente fica tudo em dia) mas avançamos já com o 1º (grande!) filme de 2013.

Nunca antes vi (ou li) Les Misérables. Para além do conhecimento comum de se tratar de um romance escrito por Victor Hugo em meados do séculos XIX e de ter a Revolução Francesa como pano de fundo, pouco ou nada sabia acrescentar.

Do musical conhecia a reputação e os longos anos de exibição e a confortável sensação de ter uma (ou várias) daquelas músicas que nos entram no ouvido (e lá permanecem) sem sabermos ao certo de onde vêem.

Depois do sucesso comercial e da crítica do seu The King’s Speech, Tom Hooper aventura-se agora pelo musical sem contudo, deixar de querer inovar e cativar-nos. Para além de todo o ambiente de produção (direcção artística, guarda-roupa, caracterização, som) que vê-se e, mais importante, sente-se durante todo o filme, o realizador britânico “obrigou” todo o seu elenco a cantar ao vivo (em vez de se limitarem a fazer playback no set), transmitindo ao musical uma naturalidade raramente vista na 7ª arte.

Durante mais de 2h todo o elenco – ok!… com a excepção de Russell Crowe – (en)canta de forma irrepreensível! As cenas sucedem-se, a história evolui e a dada altura ficamos na dúvida se estamos a ver ouvir um musical do West End (ou da Broadway) ou se estamos, de facto, sentados numa sala de cinema em Portugal!

Neste capítulo nota máxima para Anne Hathaway. A sua Fantine (e a sua interpretação de I Dreamed a Dream) é de uma fragilidade e de uma autenticidade que faz arrepiar os cabelos da medula! É um daqueles momentos que só por si já vale um Oscar, e aparentemente o mesmo (como Actriz Secundária) não lhe fugirá!
Hugh Jackman raramente falha, os mais jovens Amanda Seyfried, Eddie Redmayne e Samantha Banks não comprometem e a dupla formada por Sasha Baron Cohen e Helena Bonham Carter ajuda a dar um tom ainda mais pitoresco (e humorado) a uma obra bastante completa!

A primeira parte do filme é de uma qualidade e intensidade descomunal, encadeando momentos imperdíveis. Porém, contrariando a minha expectativa inicial, a energia acumulada acaba por se esfumar suavemente (tipo válvula de escape) ao invés de arrebentar por completo com o filme.
O desenlace é mais comedido, menos exuberante mas nunca decepcionante.

Les Misérables era uma obra memorável e actual há 150 anos atrás e continua a sê-lo nos nossos dias. A injustiça, o amor, a desigualdade, a esperança, a perda e a redenção (assim como a crise económica e de valores) continuam, infelizmente, a ser denominadores comuns a qualquer sociedade contemporânea.
Victor Hugo foi “apenas” o primeiro a transmiti-lo de forma tão singela e natural.

Les Misérables, versão Tom Hooper, é um musical! Um filme onde os actores cantam ao vivo. Uma obra arrepiante e desconcertante que tem encantado o público de todo o Mundo. Um imenso candidato aos prémios dos melhores do ano. Um filme obrigatório!

Até ao momento o Melhor do Ano (que agora começa) e no final, seguramente, dos melhores de 2013!

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