“Ferrugem e Osso (De rouille et d’os)” de Jacques Audiard
Uma história sofrida, dorida que deixa marcas e que retrata de forma crua e dura o encontro de duas almas(?) perdidas!
3 anos depois de Un Prophète (Nomeado ao Oscar® de Melhor Filme Estrangeiro, em 2010), Jacques Audiard está de regresso novamente com um grande filme!
Marion Cotillard chegou a ser apontada como uma das possíveis candidatas aos premios da Academia mas a grande revelação do filme é mesmo Matthias Schoenaerts.
Um nome totalmente desconhecido dos meandros cinematográficos para lá dos países francófonos, o ator belga é uma verdadeira força da natureza, duro, viril, implacável mas, ainda assim, com a aparente delicadeza para sofrer e sentir. Faz lembrar um pouco Tom Hardy mas ninguém melhor do que Cotillard para compará-los, certo?
Foi, então, convictos de ir assistir à incrível história de perseverança de Stéphanie (Cotillard), uma treinadora de baleias que sofre um trágico acidente, que entramos na sala de cinema. É pois com alguma surpresa que vemos surgir com idêntico destaque Alain (Schoenaerts), pai solteiro e sem rumo que troca o seu país Natal, a Bélgica, pelo precário mas sentido abrigo da sua irmã no sul de França.
Os caminhos de Alain e Stéphanie irão cruzar-se, obrigatoriamente, mas esse percurso e as consequências desse encontro são totalmente imprevisíveis!
Audiard já tinha demonstrado com Malik El Djebena (o protagonista de Un Prophète) a sua extrema habilidade em construir personagens complexas e altamente aglutinadoras. Desta vez, o trabalho é a dobrar e o resultado é, igualmente, irrepreensível.
A cumplicidade dos 2 protagonistas é evidente e só assim seria possível alcançar tamanha naturalidade em situações de todo banais. E o melhor é que ao contrário de muitos filmes que constroem uma ótima narrativa, para no fim deixam-se entediar, o desenlace de De Rouille et d’os é deveras concludente!
Uma obra que merece ser vista e aplaudida, mesmo que aqui e ali seja duro… de ver!