“Jack, o Caçador de Gigantes (Jack the Giant Slayer)” de Bryan Singer
A centenária história de “João e o Pé de Feijão” conhece a sua enésima reinterpretação (a mais recente terá sido em Pussy in Boats?) pelas mãos de um dos mais cotados realizadores de blockbusters da atualidade!
No entanto, o curriculum de Brian Singer (X-Men, Valkyrie, Superman Returns) ao invés de lhe garantir uma certa alavancagem, acabou por significar, sim, um maior nível de exigência.
Em linha com o que tinha acontecido bem recentemente com Oz, Jack vive sobretudo dos efeitos especiais (maioritariamente CGI) de alta qualidade. E, tal como o primeiro o argumento também ressente-se disso! Prioridades são prioridades.
Ainda assim, desta vez, o enredo é simples mas linear, cumpre a sua finalidade e, não fosse um trailer demasiado revelador, teria até um ou outra surpresa bem guardada.
Curiosamente, por entre tantas lacunas, o elemento mais desconcertante acaba por ser mesmo Nicholas Hoult. O jovem ator inglês que recentemente deu nas vistas em Warm Bodies, tem imenso talento e demonstrou habilidade e talento mais do que suficiente para corresponder tanto no cinema mais pipoca, como no mais sério mas o seu Jack parece um sujeito fora do seu tempo!
O penteado, o casaco de cabedal, as maneiras e até alguns dos tiques de Jack parecem demasiado desenquadrados do tempo retratado no filme. Bem se vê que muito não é, necessariamente, culpa do jovem ator mas “soou-me” várias vezes …estranho!
Jack é um simples camponês que se vê, literalmente, a braços com uma indomável e aventureira princesa (Eleanor Tomlinson). Ambos fascinados pelas lendárias histórias do seu reino, os caminhos dos dois jovens irão cruzar-se numa noite de tempestade e, na manhã seguinte, um gigantesco pé de feijão irá unir a terra a um mundo por entre as nuvens!
Habitado por inóspitos gigantes esse “portal” rapidamente se revelará bem mais um pesadelo do que uma fortuna e antigas lendas revelar-se-ão bem mais exatas do que seria de esperar!
Para além dos 2 jovens, destaque no elenco para a presença de Ewan McGregor, Stanley Tucci e Ian McShane, três atores com provas mais de dadas e que ajudam a dar um ar mais sério e coerente a este filme de aventuras.
E convém reter, precisamente estas 3 últimas palavras. Filme de aventuras como é, Jack the Giant Slayer, tem por finalidade máxima, a de nos entreter. E a verdade é que mesmo sem grandes envolvências dramáticas ou ambições artísticas – para lá, obviamente, de um 3D bastante competente e cativante – o filme acaba por cumprir.
Também é deste cinema que se faz a 7ª arte. Goste-se ou não!
Gostei.