“Esquecido (Oblivion)” de Joseph Kosinski
A ficção-científica tem direito a mais um belo exemplar para guardar para a posterioridade!
A prudência e o respeito pelos espetadores que ainda não viram o filme, obriga a manter a descrição o mais sucinta e vaga possível… é que não quero, de modo algum, ser o responsável por “desmanchar o prazer” que é ver Oblivion sem ter a mínima noção para onde se vai!
Joseph Kosinski que se estreou com o respeitável TRON: Legacy, pode ficar descansado que o seu nome irá sair em definitivo do anonimato agora que encabeçou uma obra com este virtuosismo e intensidade. E muito se pode criticar Tom Cruise pelos seus chiliques mas o rapaz continua em grande forma!
Jack Harper (Cruise) e Victoria Olsen (Andrea Riseborough) são uma “effective team” responsável pela manutenção dos drones (robôs altamente armados!) que garantem a sua segurança e das imensas máquinas que extraem o que resta das águas dos nossos oceanos para a transformar em energia e enviá-la para Titã, a lua de Saturno onde se concentra agora o que resta da população humana.
60 anos antes, uma invasão aligena destruiu quase por completo a nossa casa e perante os altos níveis de radioatividade que contaminaram o planeta, pouco resta aos seus habitantes do que abandoná-lo em definitivo.
Até que um objeto não identificado despenha-se ao entrar na atmosfera do planeta e…
Visualmente surpreendente e impecável, Oblivion é, de algo modo, a antítese perfeita de Tron: Legacy. Aqui o horizonte é vasto, baço, árido e desolador. Pontualmente temos alguns edifícios emblemáticos, como o Empire State Building, que apenas ajudam a demonstrar o estado de degradação a que o planeta chegou.
Mas não é só cenário! A tecnologia representada: casas, veículos, comunicações, armamento, deixam qualquer um boquiaberto, tal a naturalidade e fascínio que causam. Se a ficção-científica passa por criar um mundo futurista que podemos visualizar como nosso, então Oblivion é perfeito! Sem exageros nem grandes invenções, o filme evolui na mais calma naturalidade até começar a nos surpreender!
Para além da forma, Oblivion tem, também, conteúdo!
O ponto de partido do argumento é brilhante e mesmo que se perceba alguma insegurança no caminho seguido as revelações são extasiantes. São muitas as surpresas. Sâo muitas as reviravoltas. São poucas as deceções. Porque, novamente, tudo é feito de forma coerente e consistente, garantindo que nada é feito ao acaso.
Faltou pouco para se revelar um Clássico instantâneo… ~
… faltou?