“Homem de Ferro 3 (Iron Man 3)” de Shane Black
Cada um à sua maneira, Batman Begins e Iron Man moldaram em definitivo os blockbusters deste novo século.
O primeiro pela forma realista como retratava os super-heróis, o segundo pela simbiose perfeita entre o bom humor e a magia dos comics.
E se Christiane Bale encaixa com perfeição na capa de Batman, Robert Downey Jr. ‘É’ Iron Man. Com ele a Marvel começou a construir não um franchising mas um estrondoso projeto de transposição dos seus principais super-heróis para a 7ª arte! Não será por acaso que Downey Jr. terá ganho mais de 50 milhões de euros pela sua participação neste terceiro capítulo…
Shane Black trazia no seu curriculum o surpreendente e cativante Kiss Kiss Bang Bang (com Downey Jr.), um filme que vivia do desempenho do seu protagonista – numa altura em que poucos confiariam no ator – e terá sido essa uma das razões que lhe garantiu este projeto.
Infelizmente senti saudades de Jon Favreau, tanto atrás como em frente das câmaras.
Happy Hogan era um sidekick bem mais à altura de Tony Stark do que o ainda que sincero desempenho de Ty Simpkins, no papel do miúdo que irá auxiliar Iron Man. E se essa será sempre uma questão secundária, já a ausência de Favreau no papel de realizador é uma… pena.
Tony aparece muito sozinho – mesmo com a maior presença de Pepper Potts ou do Coronel James Rhodes – e acaba por carregar muito do filme nas suas costas, especialmente depois do (anti-)clímax que se revela demasiado cedo.
Dito isto avé para Sir Ben Kingsley, um ator enorme que merecia uma bem maior preponderância no filme, especialmente depois de construir uma personagem fantástica.
No que diz respeito ao enredo nada mais linear.
Um tenebroso terrorista, conhecido como Mandarim (Kingsley) espalha o pânico em vários pontos do globo, apontando os EUA como seu inimigo preferencial. E quando num dos seus “ataques” em solo norte-americano atinge o eterno amigo de Tony Stark, Happy Hogan (Favreau), este promete, sem rodeios, vingar o seu amigo. Mas antes de Tony poder preparar o seu plano de ação, alguém há-de lhe “bater à porta”! Conseguirá Iron Man ressurgir das cinzas?
Depois de Iron Man 2, confesso que estava à espera de mais. Mas percebe-se que seja difícil fechar uma trilogia sem poder fechar a trilogia – em função de The Avengers… ou da “necessidade” em continuar a rentabilizar uma personagem memorável. Talvez adoptar o perfil James Bond, i.e. ad eternum, seja a solução!
Bom entretenimento, com alguns desempenhos fantásticos (nomeadamente, Downey Jr. e Kingsley) e efeitos especiais de primeira. Mas falta corpo a um enredo que surpreende mas que perde, muito cedo, todo o seu fulgor.
É verdade, não se esqueçam de esperar pela última cena no final dos créditos. Não acrescenta muito mas ajuda a compor um pouco mais esse estrondoso projeto da Marvel/Disney!
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