“Regra de Silêncio (The Company You Keep) de Robert Redford
Sex symbol nos anos 60 e 70, ainda que nunca tenha sido visto apenas como tal, Robert Redford teve o “azar” de conquistar um Oscar de Melhor Realizador logo com o seu filme de estreia atrás das câmaras, Ordinary People.
Com isso nos últimos 33 anos (neste caso é fácil para mim fazer as contas…) o californiano dedicou-se a fazer apenas aquilo que gosta e em que acredita.
Não querendo “puxar a fita” atrás demais, os seus 3 filmes mais recentes, Lion for Lambs, The Conspirator e este The Company You Keep, têm algo em comum que ajuda, desde logo, a definir o perfil (político) de um homem de forte convicções.
Controverso q.b. Redford prefere o caminho mais difícil e não tem receio em colocar o dedo na ferida. Depois da guerra do Afeganistão e do assassinato de Abraham Lincoln, a contestação política à guerra do Vietnam é o tema central desta vez.
No entanto, ao invés de recuar a um período altamente inflamável, o filme opta por trazer os protagonistas de outrora para os tempos de hoje, demonstrando o que aconteceu a esses contestatários quase 40 anos depois.
Quando Sharon Solarz (Susan Sarandon) decide entregar-se quase 40 anos depois do assalto que tirou a vida a um segurança, todos os envolvidos da denominada Weather Underground Organization sentem o passado tomar conta das suas vidas.
Um deles é Jim Grant (Redford), um conceituado advogado local sob quem recaem muitas suspeitas de ser um dos envolvidos no assalto. Enquanto tenta passar despercebido, Jim terá de lidar com o “espírito rebelde” de Ben Shepard (Shia Labeouf), um jovem jornalista que rapidamente começa a juntar todas as pontas soltas.
E se a história é tão controversa como cativante, o leque de talentos que compõe o elenco do filme é igualmente impressionante. Para além de Redford, Sarandon e Labeouf, temos Anna Kendrick, Julie Christie, Nick Nolte, Chris Cooper, Terrence Howard, Stanley Tucci, Richard Jenkins, Brendan Glesson, Sam Elliott e Brit Marling. Muito bom mesmo!
Nunca será filme para gerar consensos (especialmente nos EUA), sobretudo pela temática que lhe serve de pano de fundo. Ainda assim, para lá das questões político-sociais, há uma história de grande qualidade que graças ao talento dos seus protagonistas e ao estilo old fashion do seu realizador ganha uma dimensão extra.
Vivamente recomendado!