“Depois da Terra (After Earth)” de M. Night Shyamalan
É difícil falar de M. Night Shyamalan…
Em pouco mais de 10 anos o realizador norte-americano de origem indiana foi do Céu ao Inferno, passando de cineasta idolatrado a realizador mediano.
Seguindo uma ordem cronológica, The Sixth Sense, Unbreakable, The Signs e The Village marcaram o período de ouro, de 1999 a 2004. Seguiu-se Lady in the Water, The Happening, The Last Airbender e, agora, After Earth, num verdadeiro período de… latão!
Neste caso a principal desilusão nem será o filme per si, já que este consegue alcançar um nível mínimo de razoabilidade – ainda assim bem longe do seu primo direto, Oblivion. O problema é que face ao histórico recente de Shyamalan e há presença de Will (e Jaden) Smith, havia a convicção esperança que estaríamos perante o regresso aos melhores dias do realizador.
Puro engano!
After Earth funciona em primeira (… 2ª, 3ª, 4ª!) estância como uma rampa de lançamento do jovem Jaden como figura do cinema de ação. Quando tudo apontava para um omnipresente e preponderante Will Smith, a sua presença acaba por ser quase decorativa, por muito que nos custe… verificá-lo!
Jaden aparenta ter um considerável potencial – mais não seja pelos genes – mas ainda está muito longe de ser cabeça de cartaz de um filme com esta envergadura. Em The Karate Kid já estávamos todos à espera de uma obra mais “infantil”, pelo que a presença do rapaz era aceitável. Aqui, num filme para Homens, o jovem acaba por ser totalmente engolido pelas expetativas.
Obviamente que nem tudo é “culpa” do jovem. Shyamalan do alto das suas múltiplas experiências (boas e más!) já devia saber o que o esperava e quem não bastaria uma ou outra ideia com interesse para compensar um filme que vive de um anti-climax (ou de um twist) que nunca chega a acontecer.
Linear e previsível, tal como o filme se revela – e desculpem aqueles que ainda não o viram, pela inconfidência – o desinteresse é demasiado evidente e impossível de disfarçar, ao sair da sala.
Kitai (Jaden) é um jovem rebelde, ainda que altamente dotado, que vive na sombra do seu pai (Will), um mito das forças militares, cujo papel decisivo ajudou a preservar a raça humana na sua aventura no planeta Nova Prime
Sim, passarem 1.000 anos desde que os humanos se viram obrigados a abandonar o planeta Terra, hoje um planeta altamente perigoso para nós.
Uma mera missão de rotina fará com que pai e filho se despenhem precisamente no nosso planeta, onde terão de enfrentar os seus maiores medos (e o perigo vertiginoso) para sobreviverem.
Danger is Real. Fear is a Choice.
Ou como diria o outro “o filme é fraquinho, a opção de irem vê-lo fica ao critério de cada um!”