“Star Trek – Além da Escuridão (Star Trek: Into Darkness)” de J.J. Abrams
Confesso que não é a sequela de Star Trek que estava à espera!
Depois de em 2009 J.J. Abrams ter recuperado, de forma precisa e inventiva, o universo trekiano para as luzes da ribalta, foi só uma questão de (falta de) tempo até a devida sequela chegar aos cinema de todo o Mundo.
De lá para cá, Abrams encaixou o brilhante Super 8 e assinou contrato para a nova trilogia de Star Wars, Chris Pine continuou o seu percurso ascendente e Zachary Quinto deixou de vez a TV (ou quase). Foram assim precisos 4 anos para colocar as agendas em ordem e voltar a ter uma história (ou quase).
E de facto, o filme peca, essencialmente, pela história pouco cativante que encontrou. Quando se esperava (i.e.. quando nós esperávamos) que a saga voltasse a percorrer mundos distantes, recheados de perigos, descobertas e lembranças, ela simplesmente olha para si mesma e “cria” um arqui-rival totalmente humano. Rancor, vingança, desilusão e angustia são, dessa forma, os condimentos fundamentais deste Into Darkness que vai pouco além do planeta que conhecemos melhor, o nosso.
Dito isso, o filme é de bastante qualidade.
A cena de entrada, aliás os poucos minutos que recuperam aquela magia que falávamos, é um dos melhores momentos deste Verão cinematográfico. Como que por magia (e criatividade) estamos perante a verdadeira essência de Star Trek, e J.J. é exímio a filmá-la!
Seguem-se quase 2h de vertiginoso entretenimento, de paulatina construção de personagens e de desempenhos seguros. Tenho apenas pena que o(s) cenário(s) seja(m) demasiado monótono(s).
A insubordinação de Kirk, a retidão de Spock, a paixão de Uhura, o pragmatismo de Bones e a honestidade de Scotty são aprofundadas perante o seu amadurecimento e a imponente presença de um implacável “inimigo”, Khan (Benedict Cumberbatch).
Atacados no seu próprio domínio, os altos signatários da Starfleet terão de confiar no explosivo instinto de James Kirk e a da sua tripulação, para tentarem capturar o homem por detrás de tamanha ameaça. Estarão eles há altura dos acontecimentos?
Para além de Pine e Quinto, toda a tripulação está de regresso. Zoe Saldana, Karl Urban, Simon Pegg, John Cho e Anton Yelchin, juntando-se, agora, Alice Eve a este grupo de jovens aventureiros. O elenco promete, J.J. parece o homem certo do detrás deste franchise e o final do filme deixa em aberto toda a magia que se espera(va)!
Globalmente é um filme bastante interessante mas que não chega a atingir as (elevadíssimas) expetativas que tínhamos a seu respeito, daí um certo amargo de boca.
No final das contas… gostei mais do 1º!