“WWZ: Guerra Mundial (World War Z)” de Marc Forster
Muito por culpa de Warm Bodies a minha opinião generalizada sobre filmes de zombies tem vindo a ser mais… maleável, se aasim o podemos dizer.
Foi, pois, com relativo otimismo que fui acompanhando as primeiras notícias (e imagens) relativamente a este World War Z. Porém, o entusiasmo inicial foi, com o aproximar da data de estreia, esfumando-se sobretudo dentro dos circuitos especializados, muito por culpa de necessárias alterações ao guião inicial e, porque não, devido a um primeiro trailer algo insonso.
Apesar do star-power de Brad Pitt, de um romance (segundo consta) altamente cativante e de um realizador com provas dadas dentro do género (e não só!), a expetativa era que WWZ se iria revelar uma tremenda decepção e um óbvio flop.
Quem sabe não é pura gestão de danos mas a verdade é que o filme é suficientemente bom para, PELO MENOS, aguardar pelas prometidas sequelas com renovado otimismo.
É que, como o próprio epílogo avança, assistimos apenas há ponta do iceberg…
Num mundo ameaçado por uma epidemia (se é que lhe podemos chamar assim), caberá a Gerry Lane (Pitt) a periclitante tarefa de tentar encontrar a sua origem. Em poucos dias a população mundial perde, agora, milhões de habitantes e os que “morrem” torna-se zombies que atacam indiscriminadamente os restantes.
Coreia do Sul e Israel serão os primeiros palcos percorridos por Gerry mas a luta contra o tempo parece demasiado ingrata e num segundo tudo pode acontecer!
Ritmo incessante num tour de force em que Pitt ocupa lugar de destaque na tela na larguíssima maioria das cenas. Ao seu lado vamos encontrando diferentes interlocutores que, “vítimas” do percurso do filme, vão saindo e entrando em cena à medida que a história evolui.
Curiosamente, contrariando muitas das opiniões que temos encontrado, a palavra história será mesmo o elemento chave de um filme que nunca esconde querer ser um blockbuster.
Percebe-se que o potencial é imenso e que a tentação em tornar World War Z num filme de referência do género (i.e. apocalipse) é quase palpável mas o entretenimento é, também ele, uma forma de arte… e acaba por ser esse o rumo a prevalecer (talvez fruto das alterações de última hora feitos no guião, digo eu!).
Numa era em que o cinema-pipoca (ou de entretenimento como é mais comummente apresentado) tem vindo a perder espaço e margem de manobra para um cinema mais “real” é sempre bom ver que no cinema continua a haver espaço para filmes que dão primazia ao primeiro.
Mas atenção, nas entrelinhas World War Z é, de facto, um filme altamente sociológico e comportamental, só que preferiu deixar isso para segundo plano, pode ser?
Quanto ao 3D? Não é que pontualmente não cative e surpreenda mas enquanto/quando os filmes não forem filmados como tal, pouco resta do que acrescentar efeitos especiais computadorizados de (relativa) qualidade.