“O Mascarilha (The Lone Ranger)” de Gore Verbinski
No meio de tanta baboseira que estreia pelas salas de cinema desse mundo fora (seja Verão, Outono, Inverno ou, especialmente, Primavera) os críticos e os haters foram logo implicar com este The Lone Ranger!
Quer dizer, há umas semanas implicaram, também, com WWZ mas nesse cedo se percebeu que era mesmo pelo gozo de falar mal… por falar, já que o filme aguentou-se à pancada em belo estilo!
Antes de criticar a mais recente parceria de Gore Verbinski com Johnny Depp (o 5 filme em conjunto) será interessante avaliar a história recente dos westerns norte-americanos em forma de blockbusters.
Tudo começou – ou piorou! – em 1999 com Wild Wild West, visto e comprovado no cinema, a coisa era mesmo má e numa altura em que Will Smith era ainda um Príncipe, por assim dizer! Uns anos antes Kevin Costner tinha enterrado, em definitivo, a sua carreira como realizador com… The Postman. Alguém se lembra deste western futurista?
Mais recentemente temos Jonah Hex. Faltou coragem para ver este mas consta que é mauzinho. E, finalmente, Comboys & Aliens que é… fraquinho.
Tudo para dizer que há exceção de uns quantos filmes de autor – nomeadamente, True Grit, Django Unchained e, curiosamente, Rango – o western é cada vez mais um género de elevadíssimo risco.
Tudo para dizer que The Lone Ranger é bem melhor do que muitos apregoam.
O Tonto de Johnny Depp rouba muito do protagonismo ao Lone Ranger de Armie Hammer, disso não haverá dúvidas, mas no final não temos qualquer dúvida de que queremos ver mais (e melhor) desta dupla improvável.
Como qualquer primeira obra de um novo herói, o (primeiro) filme tem a sempre dura tarefa de nos apresentar as personagens, o cenário e demais particularidades. “Perde-se” tempo a enquadrar a história e mesmo para mais quando há um passado por detrás do conceito (neste caso a mítica série dos anos 50), é fundamental fazer justiça ao passado, sem deixar de apresentar algo fresco e atual.
Dito isto, e apesar da ingrata demorada tarefa, as quase 2h30 de filme passam a correr e ajudam a dar corpo a um filme que diverte, faz lembrar o espírito da série e confirma todo o brilhantismo de um ator que apesar do seu imenso talento apenas há 10 anos atrás passou a ter o devido reconhecimento! E eu que me lembro tão bem de 21 Jump Street…
Oeste norte-americano. O caminho-de-ferro prepara-se para mudar a face de uma terra inóspita e inocente, habitada por índios, cowboys honesto, foras-da-lei e muitas lendas.
Um honrado homem-da-lei, de seu nome John Reid (Hammer) é atraiçoado pelos seus e deixado às portas da morte no deserto. A sua vida acaba por ser poupada graças à intervenção de um mítico (e deveras inteligente) cavalo branco e um incompreendido índio, de seu nome Tonto (Depp).
De forma a encontrar os culpados pela sua “morte” e fazer justiça, John tornar-se-à no Lone Ranger e junto a seu “fiel” companheiro ajudará a alterar a face de uma região dividida.
Ou pelo menos era esse “o plano”!
É verdade que volta e meia a história deixa-se enrolar de tal forma que é necessário uma ou outra leviandade para trazê-la de volta ao trilho correto. Os exageros de Depp fazem lembrar Sparrow mas, à parte de todos os percalços, The Lone Ranger é uma obra divertida, inventiva e cativante.
Grandes cenas de ação, com efeitos especiais de qualidade, bem coreografadas e com um sentido de humor preciso e contagiante obrigam-nos a não deixar de gostar do filme.
É óbvio que queríamos mais mas…
É óbvio que queremos mais … i.e. sequela(s)!