“The Heat (Armadas e Perigosas)” de Paul Feig
Foram muitas as tentativas para fazer vingar um buddy-cop chick flick – i.e. uma comédia de ação para/com mulheres – que resultaram, invariavelmente, em outros tantos fiascos.
É longa a lista mas parece que finalmente isso passará à História. Paul Feig, o realizador do filme fenómeno nos EUA em 2011, Bridesmaids, junta a (agora) Oscarizada Sandra Bullock com a comediante do momento, Melissa McCarthy, construindo uma dupla tão improvável como certeira.
Cada uma no seu registo muito próprio, em conjunto formam uma parelha deliciosa. Pese embora as evidentes lacunas do filme em termos de enredo (especialmente no que se refere à intriga policial), é inquestionável que estamos perante 2h de puro entretenimento.
Gargalhadas? Muitas! Alguns momentos hilariantes ficam na memória, muito depois de termos saído da sala de cinema. Apesar da moldura humana não ter sido por aí além, o ambiente era bestial. Pouco depois de ultrapassadas as dúvidas iniciais, foi um verdadeiro deleite assistir ao esgrimir de argumentos e estilos tão distintos mas igualmente louváveis.
Cada uma à sua maneira, Bullock e McCarthy entregaram-se de corpo e alma a um projeto de elevado risco, e se nós muito temos de lhes agradecer pelo resultado final, ambas saem, também, a ganhar imensamente. Bem para lá da eminente sequela ($$), fica evidente a subida de estatuto de Mellisa e a cada vez maior abrangência do talento de Sandra.
Uma burocrática, ríspida e quadrada agente do FBI de Nova Iorque (Bullock) é obrigada a unir forças (e conhecimentos) com uma desbocada, agressiva e descarada polícia de Boston (McCarthy) na tentativa de desvendar um perigoso caso de tráfico de droga e homicídios em série. Como seria previsível a co-habitação não será fácil mas enquanto as duas oficiais da lei tentam ultrapassar as gritantes diferenças que as separam, a sua aparentemente atabalhoada investigação irá levá-las para bem perto dos cabecilhas deste perigoso gang.
Para lá da qualidade da dupla de protagonista, é fundamental destacar o contributo do realizador, Paul Feig. Depois de um longo e qualitativo percurso na TV, o já referido sucesso meteórico de Bridesmaids abriu as portas de Hollywood para o realizador de séries como The Office, Nurse Jackie ou Arrested Development.
E se a sua anterior comédia podia ter um ar demasiado americano (ou excessivo), este The Heat prova que Feig pode muito bem tornar-se num caso sério (do género mais ligeiro da 7ª arte)!
Nota final para a argumentista Katie Dippold. Só mesmo uma mulher para conseguir transformar aquelas duas malucas numa dupla imperdível.
Vale bem a pena!
Gostei bastante do filme 🙂 Para mim 4*