“Malavita” de Luc Besson
Luc Besson será, muito provavelmente, o mais profícuo cineasta europeu da atualidade. Entre realização, argumento, produção e outros créditos mais esporádicos, cinema mais comercial, mais de autor ou inventivo. o parisiense continua a trabalhar a um ritmo frenético.
Adaptando o romance de Tonino Benacquista e com um elenco de luxo onde pontificam os norte-americanos Robert De Niro, Michelle Pfeiffer e Tommy Lee Jones, Besson alegra o nosso dia. Derivando entre o típico filme de gangsters – onde De Niro é(ra) brilhante – e um tom mais leve e descontraído – que agrada a uma maior falange de espetadores – o filme revela-se uma ótima surpresa.
Humor certeiro, uma inegável capacidade de se rirem de si próprios e uma doce e robusta malvadez, dão ao filme um espírito jovial e contagiante. Desde cedo percebemos que aquilo não é para levar muito a sério mas também percebemos que dificilmente as nossas expetativas vão sair defraudadas.
Fred, Magie, Belle e Warren são agora a família Blake, refugiada na Normandia francesa ao abrigo do programa de proteção de testemunhas do FBI. Giovanni Manzoni (De Niro), o verdadeiro nome do patriarca da família, é um “reformado” da máfia nova-iorquina que denunciou alguns dos seus comparsas e foi depois obrigado a uma vida no exílio.
Porém, tanto Fred como a sua esposa (Pfeiffer) e os seus filhos (Dianna Agron e John D’Leo) têm um inexplicável dificuldade em se adaptarem à nova vida…
Durante meio filme divertimo-nos com as maluqueiras e artimanhas da família Blake (ou Manzoni), na outra metade divertimo-nos com as consequências do seu passado. E depois temos aqueles 5-10 minutos finais para andar tudo… aos tiros! Com isto passamos quase 2h com um sorriso nos lábios e a certeza de que o humor negro não precisa de ser exagerado para conquistar o seu público.
Um filme simpático e coerente que não fica nada atrás da maioria das produções norte-americanas do género. Besson pode ter a sua pancada mas isso não quer dizer que, juntando os ingredientes certos, não consiga fazer um filme agradável e genuíno.
Gostei!