“Eyjafjallajökull – Dupla Catástrofe” de Alexandre Coffre
Tanta comédia norte-americana que estreia nas nossas salas a cada ano (e não falo apenas das obras protagonizadas por Adam Sandler) que não vale… 0,50€ e quando temos uma comédia europeia (francesa, neste caso) com piada, bom gosto e talento, somos “obrigados” a dirigirmo-nos à única sala do Norte do país onde o filme está em exibição… algo está perigosamente errado no panorama cinematográfico nacional!
Dany Boon– arrisco-me a dizer! – um dos maiores comediantes mundiais da atualidade, volta às salas de cinema nacionais depois de Rien à Déclarer e Bienvenue Chez les Ch’tis – ainda que deste vez não acumulando as funções de realizador – com mais uma comédia recheada de pequenas pérolas do humor cinematográfica!
O filme não terá a consistência e harmoniosidade das obras citadas anteriormente – resultado talvez da ausência do ator na cadeira de realizador?! – mas faz mais do que suficiente para nos divertir e justificar plenamente o bilhete de cinema. O humor roça muitas vezes o limiar da razoabilidade mas a verdade é que nunca ultrapassa essa fasquia fundamental que separa a comédia da brejeirice!
Alain (Dany Boon) e Valérie (Valérie Bonneton) já foram casados, tiveram uma filha mas agora mal se podem ver. Divorciados de larga data, nunca enterraram o “machado de guerra”.
Mas o casamento da filha “obrigará” os 2 a unirem esforços – ou algo do género! – de forma a conseguirem chegar a tempo à cerimónia, isto porque o Eyjafjallajökull (o tal vulcão da Islândia) obrigou ao cancelamento do voo (e de muitos mais) que os levaria da França à Grécia.
Não será fácil para eles pôr de lado as divergências que os separam enquanto percorrem meia Europa. E nós estamos cá para ver!
Dany Boon continua a proporcionar-nos momentos hilariantes. Tanto a nível físico como de texto, o timing é realmente fantástico. Não há como evitar a sincera gargalhada ou sorriso, goste-se ou não muito do estilo.
Longe dos exageros da maioria dos comediantes norte-americanos, o cinema europeu (e francês, por maioria de razão) tem ganho terreno no género em questão.
Só a confiança de poder levar toda a família (sem constrangimentos!) a ver um filme e a certeza de que, na pior das hipóteses, sairemos da sala todos com um sorriso no rosto, é já um sinal inequívoco da qualidade de que estamos a falar.
Gostei!