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“Need for Speed: O Filme” de Scott Waugh


Não gosto de comentar os filmes no dia que os vejo.
Tenho a convicção que é sempre melhor maturar as ideias e deixar a memória fazer o seu trabalho, i.e. separar o supérfluo do essencial e partilhar apenas aquilo que realmente fica.

Mas – e há sempre um mas nestes comentários – como As Estreias estão todas em dia e sobrou um pouquinho de tempo, avançamos.

Need for Speed, o jogo, faz parte do meu historial como “às do volante”, não que alguma vez tenha confirmado a mínima apetência para os jogos de corridas mas não deixei de cravar o pé no acelerador (literalmente, ok!) com o sucesso da Electronic Arts, durante alguns serões.

Nostalgia à parte, é sempre um gozo reforçado ver como a dinâmica de qualquer jogo é transposta para a 7ª arte. E isso acaba por ser o grande trunfo d’O Filme. Pouco a pouco vamos-nos deliciando com os pequenos detalhes que nos fazem reviver boas memórias.
O único senão é que para lá do revivalismo saudosista é preciso construir um enredo, personagens credíveis e um rumo. Não bastam GRANDES cenas de ação… sob 4 rodas!

Não me recordo de tamanha vertigem ao volante. É uma meia dúzia de cenas de estardalhar olhos e espinha. Causa literalmente arrepios tentar perceber de onde vêm e para onde onde vão voam aqueles carros. E que carros. Nunca fui grande fã de automóveis transcendentes ou megalómanos (no que ao conta quilómetros diz respeito) mas é impossível não deixar cair o queixo a cada aleron levantado ou jante cromada.

Faz lembrar os primórdios de Fast & Furious, pela simplicidade da história, pelo quase anonimato dos protagonistas, pela fixação nas corridas, nas acelerações, nas derrapagens, nos acidentes. E tal como os primeiros F&F fica a sensação de que o advir será exponencialmente melhor do que o hoje.

Curiosamente, o realizador Scott Waugh já tinha demonstrado a sua apetência para grandes cenas hiper realistas e enredos insossos em Act of Valor. E confirma-se. Aposta total em eletrizantes cenas ao volante em detrimento de uma construção de personagens e motivações coerente.

Não se pode ter tudo.

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