“Non-Stop” de Jaume Collet-Serra
O catalão Jaume Collet-Serra e o norte irlandês Liam Neeson não são, na sua génese, habitués do cinema de ação. O natural da Catalunha vem do cinema de terror enquanto que o britânico é/era um ator de método (i.e. de grandes produções/dramas).
Primeiro Unknown, agora Non-Stop e já têm na prateleira Run All Night prontinho para estrear no próximo ano. Realizador e protagonista parecem ter encontrado neste recente parceria um novo rumo para as respetivas carreiras.
Se à primeira o resultado ficou aquém das expetativas, deste vez o resultado é mesmo de cortar a respiração… quase ao nível do Taken original!
Neeson é, de facto (e comprovado!), um grande ator de filmes de ação. Para lá do seu ar introspetivo e sofredor, ele transmite uma segurança e robustez (nos seus golpes) que faz lembrar o maior herói dos filmes “série B” da atualidade, Jason Statham, acrescentando-lhe aquele ar de inevitabilidade e desinteresse que tão bem caraterizam a virilidade das suas incursões no género.
Podíamos adocicar a questão mas o filme vale a quase 120% pela presença do calmeirão britânico. De início ao fim a câmara está centrada em Bill Marks, um agente federal responsável pela segurança de um voo intercontinental entre Nova Iorque e Londres.
Tudo parecia indicar que se trataria de mais um voo sem grandes sobressaltos até que uma ameaça eletrónica promete colocar a vida de todos a bordo em risco…
Mais do que uma vez veio-me à memória Flightplan, o thriller protagonizado por Jodie Foster igualmente a bordo de um avião de grandes dimensões. A principal diferença é que para lá da intriga e da angustia de um filme de ação a vários milhares de metros de altitude, temos o prazer de assistir aos excertos de porrada valente a cargo de Liam.
Para quem tem por hábito viajar de avião, não será, necessariamente, o melhor elixir mas, bem vistas as coisas até aprendemos um ou outro truque da aviação – agora se aquilo funcionaria na vida real, isso já é outra história…
Verosímil ou nem tanto, a verdade é que somos habilmente conduzidos durante grande parte do filme, sem conseguirmos deslindar o que se segue, quem é quem e em quem devemos acreditar! É claustrofóbico, arrepiante, heróico e cativante.
Que mais podemos pedir?