“O Sobrevivente (Lone Survivor)” de Peter Berg
Li algures (não sei precisar onde) que estaremos perante o melhor filme de guerra desde Saving Private Ryan – para os menos familiarizados com estas coisas da 7ª arte, o magistral filme de Steven Spielberg sobre o funesto desembarque na Normandia, em plena II Guerra Mundial. Assim, de repente, sou levado a concordar plenamente com a afirmação.
A maior diferença estará na dimensão. Tal como a própria Guerra, também o cinema do género, é agora bem mais o espelho de um pequeno grupo de homens, do que de uma inumerável amálgama de sujeitos, meios e espaços.
Com isto não quero dizer que o impato humano e emocional não seja igualmente devastador (para o espetador). O que antes marcava pela quantidade, deixa-nos, agora, perplexos pelo detalhe… e pela afinidade que acabamos por sentir por cada uma das personagens.
Baseado numa história verídica (e relativamente atual), Lone Survivor – e não valerá a pena colocar paninhos quentes, porque o título diz tudo(!) – acompanha a fatídica operação de um pequeno destacamento de Navy Seal Divers (Marines) em plena Guerra do Afeganistão.
4 homens, irmãos de armas, serão colocados à prova da forma mais inopinável possível. O objetivo da operação está bem definido, as suas regras de conduta há muito interiorizadas, a sua camaradagem impenetrável. Mas naquele trágico dia uma decisão irá marcar para sempre o resto dos seus dias… e, obrigatoriamente, de todo o seu destacamento.
Mark Walhberg, Ben Foster, Taylor Kitsch e Emile Hirsh dão corpo ao quarteto de operacionais que irá enfrentar as montanhas afegãs em busca de um alto dirigente da Al Qaeda. Para além do insuspeito desempenho físico dos 4 atores, convencendo plenamente no papel dos jovens militares retratados no filme, realce para o lado mais humano e emotivo dos seus desempenhos. O filme faz questão de evidenciar a camaradagem e cumplicidade das tropas (norte-americanas), daquele pelotão e daqueles 4 homens em particular. E convence.
Peter Berg (ator tornado realizado) tinha já assinado o desconcertante e violento The Kingdom. Volta ao género que tão bem conhece, assinando a realização e, igualmente, o argumento de um filme ao qual é impossível ficar indiferente. Podemos não apreciar a Guerra, podemos não vangloriar as tropas, podemos nem ser norte-americanos mas o arrepio na espinha é inevitável.
O filme começa com algumas imagens reais do DURO treino a que estes homens são sujeitos. E termina com a merecida homenagem a todos os que tombaram naquele dia.
Mais real seria difícil.
Durante 2h não conseguimos fugir ao Afeganistão. Acabamos por nos desviar de algumas balas e partilhar alguma (apenas uma ínfima parte, naturalmente) da dor e do orgulho vivido por aqueles homens.
E acabamos rendidos…
“I’ve been around the world twice, talked to everyone once. I’ve been to three world fairs. I am a hard bodied, hairy-chested, rootin, tootin, shootin, parachutin, demolition double cap crimping Frogman.
There ain’t nothing I can’t do.
No sky too high, no sea too rough, no Muff to tough. I’ve learned a lot of lessons in my life. Never shoot a large caliber man with a small caliber bullet. I drive all kinds of trucks. 2x’s, 4x’s, 6x’s even those big trucks that bend and go TSSHHTT TSSHHTT when you step on the brakes.
Anything in life worth doing is worth overdoing. Moderation is for cowards.
I’m a lover, I’m a fighter, I’m a UDT/SEAL Diver. If your feeling froggy than you better jump because this Frogman has been there, done that and is going back for more.”
Pareceu-me natural reproduzir.
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