“The Railway Man – Uma Longa Viagem” de Jonathan Teplitzky
Muito se fala de Colin Firth e Nicole Kidman mas continuo convencido que o principal mérito deverá ir mesmo para… Jeremy Irvine!
O jovem ator britânico que surgiu pela 1ª vez na grande tela no fantástico ensaio de Steven Spielberg sobre a 1ª Guerra Mundial, War Horse, prossegue paulatinamente a construção de uma carreira que demora a “explodir” mas que cada vez mais promete ser apenas uma questão de tempo até atingir o estrelato.
Neste The Railway Man, Irvine é Eric Lomax – a versão jovem da personagem sofrida e apaixonada interpretada por Firth anos mais tarde – um militar, responsável de comunicações, do exército britânico estacionado em Singapura, na altura em que o Império rendeu-se ao invasor japonês, nos inícios da II Guerra Mundial.
O que se segue, durante a construção do fatídico caminho-de-ferro ao longo da Birmânia e Tailândia ficará para sempre na memória de Lomax e dos seus companheiros.
No início da década de 80, depois de conhecer a bela Patricia (Kidman), Lomax (Firth) terá finalmente a oportunidade de “curar” o seu trauma…
Em boa verdade temos 3 filmes num só.
O impressionante retrato de Guerra – a lembrar o clássico The Bridge On the River Kwai, seja pela localização (geográfica e temporal), seja pela temática – per si seria suficiente para preencher um filme completo.
O encontro entre Eric e Patti leva-nos para outro mundo género. Convincente, emotivo e romântico é a prova que, muitas vezes, 10m dizem muitos mais do que uma eternidade.
Finalmente, o regresso de Lomax ao “local do crime” e o seu reencontro com um dos seus cárceres – categórico também o desempenho de Hiroyuki Sanada. Dor, redenção, vingança, memórias e traumas são expiados de forma surpreendente.
Baseado numa história verídica. a viagem de Eric Lomax da Guerra até à paz (interior) é uma daquelas obras que perdurará na memória de todos nós. Não terá a grandiosidade de outros retratos similares mas destaca-se inevitavelmente pela autenticidade e pelo lado emocional que evidencia.
É errático, disperso, obriga-nos a longos momentos de espera enquanto aguardamos que a História avance e deixa algumas (importantes) questões por responder mas é, igualmente, uma tocante e reveladora história de vida.
Não estava à espera de sentir tanto.