“Má Vizinhança (Neighbors)” de Nicholas Stoller
A parentalidade muda para sempre a nossa vida.
A prosaica afirmação que faz parte do imaginário comum de todo o recém-papá (e mamã) tem tanto de verdadeira… como de exagerada. E nada como a experiência (própria) para o poder justificar.
Tudo muda, da noite para o dia. E é bom, muito bom. E custa muito, mesmo MUITO! Mas pouco a pouco, a normalidade (possível) parece, querer paulatinamente, regressar ao nosso dia-a-dia, ainda que o quotidiano já não seja o mesmo, e ainda bem!
Até certo ponto há uma mistura de “sabores”. A saudade da liberdade perdida, das noites bem passadas, dos planos repentinos, da improvisação saudável, da desresponsabilização de cada acto. Porém, tudo isso é, também, sinónimo de um amor imenso por um ser indefeso.
No caso do casal Radner e apesar de toda a doçura da sua pequena Stella, o processo não tem sido nada fácil e ainda vai ficar (bem) pior! Já lá vão seis meses mas Mac (Seth Rogen) e Kelly (Rose Byrne) continuam com dificuldade em retomar até os mais básicos dos seus antigos hábitos. Até que uma República universitária “ocupa” a casa ao lado. E se os dias já eram difíceis, as noites vão passar a ser… impossíveis!
O resultado só podia ser mesmo “guerra aberta”, lá no bairro.
A opção do realizador Nicholas Stoller – responsável de filmes como Forgetting Sarah Marshall, Get Him to the Greek ou The Five-Year Engagement – é a habitual.
Humor corrosivo, daquele que obrigaria a uns quantos “pi’s” a cada cena. Muitos excessos, de linguagem, comportamentos e raciocínio (ou falta dele). Muita idiotice de parte a parte. Inverosimilhança, americanismos e total falta de bom senso mas faz-nos rir… e de que maneira.
São momentos hilariantes em catapulta, num crescendo de loucura e imprevisibilidade. O único senão é mesmo a ligeireza do desenlace final, bem aquém, por exemplo, da “grandeza” de filmes como Project X, se é que me faço entender.
Quanto aos desempenhos, Seth Rogen é o maior da comédia norte-americana, disso não tenho dúvidas. Com ou sem uma boa história por detrás, he’s the boss!
Já Zac Efron continua a “lavar a imagem” e mesmo num filme tão raunchy como este, acaba por sair a ganhar…. mesmo que passe grande parte do filme em tronco nu (para gáudio do público feminino).
Voltamos ao casal.
A parentalidade é realmente algo único, indescritível e mágico. Mas pode ser, também, uma enorme dor de cabeça. E só mesmo quem passou por lá passou pode apreciar, no filme, alguns momentos… demasiado familiares!
Para a maioria de vós Neighbors será um filme sobre uns miúdos universitários que se estranham com um casal de “cotas”. Para nós é parte do nosso (novo) quotidiano.
E isso fez toda a diferença.
"Má Vizinhança": 4*
"Má Vizinhança" é um filme bastante divertido e irreverente, gostei de ver este alegre filme.
"Neighbors" tem momentos hilariantes, mas não é perfeito pois também partes deveras parvas.
Concordo com o que disse, o filme não é só para estudantes e jovens e isso pode ter sido um dos motivos porque teve tanto sucesso e recomendo que veja o segundo.
Cumprimentos, Frederico Daniel.