X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past)” de Bryan Singer
First Class não foi um claro sucesso de bilheteiras (especialmente nos EUA) mas tinha a qualidade (mais do que) suficiente para dar asas a uma nova abordagem com universo X-Men.
Um ano depois de Kick-Ass, Matthew Vaughn voltava a convencer com uma abordagem inteligente e bastante dinâmica de mais um sucesso dos comics, criando uma vasta falange de admiradores e curiosos (quanto ao rumo a seguir).
Infelizmente, tal como aconteceu com a história de Hit Girl e dos restante vigilantes, Matt seguiu o seu rumo (ou foi convidado a seguir) e deixou novamente a sequela de um filme seu em mãos alheias.
… e o resultado está longe de ser o esperado!
Começamos pelo poster oficial… e novamente a comparação com o capítulo inicial (e as nossas expetativas). First Class era um filme sobre dois amigos, Charles (McAvoy) e Erik (Fassbender) e a forma como se tornaram inimigos, rivais, antagonistas. Days of Future Past deixa por completo de lado a génese do seu antecessor, concentrando atenções em Logan (Jackman), Raven (Lawrence) e um vilão (ou vilões) de extrema argúcia… e “poder de fogo”. Afinal são eles que surgem ao centro.
Se relativamente à ‘mulher de azul’ e aos Sentinels (e o seu criador) até se compreende – tanto do ponto de vista de entretenimento como de impacto mediático – já relativamente a Wolverine, não consigo encaixar. Nada contra Hugh. O australiano continua em grande forma e com grande carisma mas depois dos 3 X-Men originais e de 2 filmes a solo (e com mais um a caminho) não me parece que houvesse a mínima necessidade de o impor também neste novo franchise.
Tal como antecipado no comentário a First Class seria necessário um argumentista brilhante para mudar a História que já conhecemos. Ora Simon Kinberg segue precisamente a receita de Orci e Kurtzam (em Star Trek) e deixa que uma “viagem no tempo” faça o trabalho por si…
Ameaçados de extermínio por um implacável exército de Sentinels, os mutantes (restantes) unem esforços num último fôlego pela sua sobrevivência.
Lagon volta atrás no tempo – ou pelo menos a sua consciência o faz – para o momento crucial na história dos X-Men, os anos 70 e o final da Guerra do Vietname. Numa época em que Xavier e Lehnsherr não podiam estar mais afastados, Logan terá de os convencer a unir esforços para reencontrar Raven e alterar o destino… de todos.
À parte do brilhante momento protagonizado por Quicksilver (Evan Peters) – não bastava a Marvel e a Fox partilharem os direitos sobre a personagem, esta ainda tinha de assumir este protagonismo – as melhores cenas resultam precisamente da química estabelecida entre McAvoy e Fassbender. E deveria sê-lo durante todo o filme, digo eu.
Days of Future Past não encanta.
O momento Histórico fica a léguas da Crise dos Mísseis cubanos de First Class. Perde-se alguma da frescura evidenciada no seu antecessor. O clímax não é tão virtuoso.
Pode parecer injusta a comparação, especialmente dada a incomparável diferença de expetativas que antecederam ambos os filmes. Mas depois de criado um “novo” universo, bastaria a Singer trilhar um novo rumo, nem necessidade de recuperar o que/quem já conhecíamos.
Como filme único, DoFP é uma obra cativante e apaixonante que entretém durante 2 rapidíssimas horas mas quando o analisamos à imagem do universo (cinematográfico) X-Men e. em especial, em função do seu antecessor, fica um inesperado amargo de boca.
Esperemos pelo “regresso” dos novos protagonistas, na sequela que se segue, já em 2016!