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“Na Terceira Pessoa (Third Person)” de Paul Haggis


Já lá vão 10 anos desde que Paul Haggis deixou a sua marca na 7ª arte. Habitual colaborador de Clint Eastwood, o argumentista/realizador canadiano assinava Crash… e o seu trabalho jamais voltou a ser incógnito.

De lá para cá seguiram-se In the Valley of Elah e The Next Three Days, filmes interessantes, cada um à sua maneira, mas que ficaram aquém das expetativas criadas após o emblemático vencedor do Oscar® de Melhor Filme.

Chega-nos agora Third Person, filme que marca o regresso do cineasta ao filme mosaico (género em que várias histórias se interligam) e aos elencos de vasta qualidade, ainda que com uma abordagem totalmente original.

No centro da história encontramos Michael (Liam Nesson), um conceituado escritor, exilado em Paris, onde tenta ultrapassar a bloqueio artístico que não lhe permite avançar com o seu mais recente romance. Para o ajudar conta com a ajuda da sua jovem concubina (Olivia Wilde) enquanto a sua esposa (Kim Basinger) permanece indiferente nos EUA.
Entretanto em Roma, Scott (Adrien Brody) acaba de fechar mais um negócio. Entra num bar (pouco recomendável) e conhece Monika (Moran Atias) uma mulher sedutora e aparentemente desorientada que o fará perder a cabeça.
Já em Nova Iorque Julia (Mila Kunis) tenta recompor a sua vida depois da conflituosa separação com o seu ex-marido (James Franco) que resultou numa pouco recomendável luta pela custódia do filho de ambos.

Algures ao longo do caminho tudo fará bem mais sentido. As histórias, as personagens, as emoções e as surpresas irão-se conjugar num todo harmonioso e coerente. No entanto, Haggis ao tentar inovar acaba por exagerar na dose… e nós acabamos um pouco perdidos na trama montada. Tudo faz sentido (no final), podemos garantir, mas é preciso uma dose redobrada de atenção e outro tanto de raciocínio para ‘fechar’ a história.

Ao perder fluidez, Third Person acaba por tornar-se cansativo. Ir ao cinema não é apenas desligar do mundo real e deixar-nos levar por (mais) uma história cativante ou bem humorada. Há todo um lado mais desafiante mais enriquecedor. A sala de cinema é, também, local para desvendar segredos, conhecer novas realidades ou desafiar a nossa própria mente para um jogo de lógica e revelações.

É exigente a mais recente obra de Paul Haggis mas é igualmente recompensador ver Liam Neeson, Adrien Brody, Olivia Wilde, Mila Kunis, Kim Basinger, Maria Bello, James Franco partilhar a grande tela… mesmo que na maioria dos casos de forma indireta.

Terá faltado apenas um grande momento para compor uma história habilmente construída e ferozmente desconstruída.

Não será ‘Paul Haggis vintage‘ mas serve.

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