“Planeta dos Macacos: A Revolta (Dawn of the Planet of the Apes)” de Matt Reeves
Há toda uma questão de expetativas em torno do novo franchise Planet of the Apes.
Rise, antes da estreia, até a extensão do título era motivo para desconfiança. Só que o realizador Rupert Wyatt – com ajuda de um hábil argumento, efeitos especiais de primeiríssima qualidade, um estupendo Andy Serkis (na pele de Caeser) e, por que não, um bom protagonista, James Franco – ofereceu-nos uma das grandes surpresas do verão de 2011… and “the joke was on us“!
Com isto, Dawn passou a ser olhado aguardado com outra exigência. Já não era apenas um filme a tentar ter sucesso, é todo um franchise que se constrói, que tem um legado a respeitar, que tem a ‘obrigação’ de superar o seu antecessor.
Foram-se Wyatt e Franco. Manteve-se Serkis. O talentoso Matt Reeves (Cloverfield) assume a cadeira de realizador e Jason Clarke o protagonismo por parte dos humanos. Coincidentemente, ou nem tanto, o homem que já fez de King Kong, Gollum, Cap. Haddock e de Caeser, naturalmente, é agora o grande protagonista desta sequela.
Os anos passaram. Os humanos são cada vez em menor número e os macacos estão cada vez mais inteligentes e hábeis. Num último esforço para recuperar a sua dignidade (e a energia eletrica), um grupo de humanos, liderados por Malcolm (Clarke), aventura-se por inóspitos terrenos apenas para (re)encontrar Caeser e os seus pares.
As dúvidas e as desconfianças mútuas marcam este periclitante reencontro e enquanto a coexistência parece possível, o medo encarregar-se-à de deixar a nu as diferenças entre as duas fações.
Se do lado dos humanos a construção da intriga ao estilo de filme pós-apocalíptico cumpre plenamente a sua função, o grande atrativo é mesmo a evolução intelectual dos macacos… e. logicamente. a forma incrível com que esses comportamentos são apresentados. Acreditamos piamente que tudo aquilo é possível. Não haverá maior elogio que esse!
A tensão sente-se na pele. Os olhos entram em conflito com o cérebro dado aquilo que estão a ver… e não era suposto ser “real”. O coração fica em suspense.
Porém, o filme acaba por decepcionar precisamente onde menos se esperaria, na história.
O argumento é rico, dividindo-se em pequenos ou mais complexos episódios que ajudam a manter o “estado de alerta” durante todo o filme. Mas no final fiquei com a ingrata sensação que nada (de relevante) se passou.
Dawn, contra todas as expetativas, acaba por reter e mastigar em demasia a história (que o franchise ambiciona contar), fazendo-nos suspirar pelas capacidades narrativas de Wyatt por Rise e – aqui o lado positivo – pelo próximo capítulo de Planet of the Apes.
Já se fala em War… of the Planet of the Apes.
Naturalmente.
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