“Sex Tape – O Nosso Vídeo Proibido” de Jake Kasdan.
Confesso o meu entusiasmo quando (ou)vi, pela primeira vez, falar deste Sex Tape. A ideia pareceu-me suficientemente picante e espirituosa para resultar na perfeição. Jason Segel tem aquele ar de quem não se mete em enrascadas e Cameron Diaz, apesar dos percalços ao longo da sua carreira, vinha de The Other Woman, um filme simplório mas que cumpria plenamente a sua função.
Entretanto tomei conhecimento que o realizador Jake Kasdan era já um antigo conhecido de Diaz e Bad Teacher pode ser tudo, menos uma boa… referência. E o melhor que se pode dizer é que Sex Tape é um passo em frente, para Kasdan, ao longo do precipício que este enfrenta.
Todos os erros cometidos pelo realizador na sua anterior incursão pela 7ª arte voltam a estar presentes: humor demasiado brejeiro, uma tentativa desenfreada de parecer “normal” e, como não podia deixar de ser, uma intermitência gritante quanto a rumo da história (e do tom do filme). A única diferença, arrisco-me a dizer, é que o argumento tem “o dedo” de Nicholas Stoller (Neighbors) e do próprio Segel e isso ajudará a explicar uma primeira meia hora de razoável qualidade. Daí em diante, pouco se aproveita… e então a cena na casa de Rob Lowe é deplorável.
Após vários anos de namoro fulgoroso, Annie (Diaz) e Jay (Segel), agora profissionais respeitáveis e pais de duas crianças, têm sentido grandes dificuldades para manter viva a chama da paixão, e especialmente, do sexo. Vai daí, numa noite de comemoração e bebedeira, decidem apimentar um pouco as coisas e combinam fazer um “vídeo caseiro”.
O problema é que em vez de apagar (ou guardar) o dito ficheiro o casal descobre, ao acordar no dia seguinte, que o vídeo foi partilhado com os seus amigos, familiares, colegas de trabalho e com o carteiro!
Mediante as catastróficas consequências de tal situação, Annie e Jay encetam uma verdadeira “caça ao tesouro” de forma a garantirem que ninguém visualiza o seu momento mais íntimo.
É mais ou menos isto. Infelizmente depois de colocadas as cartas na mesa o filme tem pouco ou nada (de bom) para oferecer. Segel, especialmente, mas também Diaz bem tentam manter a compustura mas a falta de ideias e a obceção sexual do filme não o permitem. Salva-se um último momento “à la The Hangover” mas por aquela altura já há pouco a fazer para remediar a situação.
Os resultados de bilheteira de Bad Teacher (cuja sequela está já a caminho) e deste Sex Tape contrariam fortemente esta visão mais desolada relativamente ao trabalho de Kasdan mas, também, se gostássemos todos de amarelo, o mundo seria uma maçada! O mesmo se deverá aplicar quanto aos mais recentes trabalhos do realizador de Detroit.
O sexo ainda teve a sua piada. O vídeo foi confrangedor.
Para mim 4* O filme é super cómico, adorei.