“November Man – A Última Missão” de Roger Donaldson
Apesar de já ter entrado na casa dos 60, Pierce Brosnan ainda dava um 007 de altíssimo nível… pelo menos a avaliar pelo seu desempenho neste November Man!
Não é que Daniel Craig não esteja a fazer um trabalho impecável na pele de James Bond (sobretudo no mais recente Skyfall) mas o irlandês continua a ser o agente secreto preferido cá no burgo. E, se para Bond não há regresso, Devereaux encaixa-lhe que nem uma luva.
Reformado dos Serviços Secretos norte-americanos, Peter Devereaux (Brosnan) goza da reforma possível, nas margens do Lago Legamo, em Lausanne. Porém, o seu descanso tem os dias contados quando o seu antigo superior (Bill Smitrovich) o chama para uma última missão… precisamente em Moscovo.
Lá ele encontrará o seu antigo protégé (Luke Bracey) mas sem saberem bem como ou porquê, desta vez os dois encontrar-se-ão em lados opostos da barricada.
Intriga internacional ao bom estilo da Guerra Fria com espiões, Russos, Americanos, traidores e ação q.b.. Brosnan está a “jogar em casa”, assim como Olga Kurylenko, ela que curiosamente já foi bond girl (nos tempos de Daniel Craig). O mais inseguro deste triângulo será mesmo o jovem australiano Luke Bracey mas, aparentemente será apenas o início de uma promissora carreira.
O filme segue a bom ritmo, com algumas cenas de ação bem construídas e o mínimo de suspense para nos manter atentos e curiosos. Não acrescenta nada ao género, porém tem a competência necessária para nos entreter durante quase 2h, sem dececionar.
Poderá ser o regresso em definitivo de Brosnan ao estilo mais másculo depois de uma série de filmes (Love Punch, Den skaldede frisør ou I Don’t Know How She Does It) em que experimentou outros caminhos, menos recomendados! Fala-se, de seguida, em The Expendables IV, de uma sequela para este November Man e, até, do regresso a 007… este último era apenas uma brincadeira, ok!?
Quanto ao realizador Roger Donaldson, não se pode dizer que estejamos perante um desconhecido. No Way Out ou Cocktail nos anos 80, Species ou Dante’s Peak nos anos 90, passando ainda por Thirteen Days, The Recruit ou The Bank Job na década passada, o natural da Austrália já fez um pouco de tudo. É verdade que nunca com uma qualidade suprema mas, invariavelmente, com a competência suficiente para deixar a sua marca aqui e ali.
Em suma, bem melhor do que a maioria dos filmes do género… e, claro, ajuda ter um protagonista à altura!