“Rio, Eu Te Amo” de F.Meirelles, J.Padilha, P.Sorrentino, G.Arriaga, C.Saldanha, J.Turturro, S. Elliot, S.Im, N.Labiki, A.Waddington
É sempre bom voltar ao Rio (de Janeiro)… seja de que maneira for.
Depois de Paris e New York, o Cities of Love – essa empreitada artística que a 7ª arte tem dedicado a algumas das mais belas cidades do Mundo – chega agora ao Rio de Janeiro! Por mim seguíamos já para London para fechar esse quarteto mágico… e depois, para fechar o círculo, tranca-se o aloquete e atirava-se a chave ao rio, de preferência do topo da Pont des Arts.
Para os menos familiarizados com o projeto Cities of Love convém esclarecer, desde já, que a sua expressão cinematográfica é conseguida através de várias curtas-metragens – todos elas uma forma de expressar o Amor pela cidade – que se tornam numa só ode a cada uma das cidades homenageadas.
Desta vez o privilégio recaiu sobre a “cidade maravilhosa”, a antiga capital do Brasil, terra de muito calor (atmosférico e humano), muita fé e a dose certa de ‘sacanagem’! Ao longo de 10 histórias que se interligam, aqui e ali, ficamos a conhecer um pouco melhor esse pedaço de praia, morro, floresta, chope, asa delta, futebol, que é o Rio de Janeiro.
Texas, Acho que Estou Apaixonado, O Vampiro do Rio, O Milagre, A Musa, Inútil Paisagem, Pas de Deux, La Fortuna, Quando não há Mais Amor e Dona Fulana, são os sugestivos nomes das breves histórias que se vão desenrolando ao longo de quase 2h de filme.
Destaque especial para O Milagre, um precioso e sentido retrato da ingenuidade infantil, da responsabilidade da libanesa Nadine Labaki e, também, para A Musa, uma bela homenagem de Fernando Meirelles à calçada portuguesa (e à praia) de Copacabana.
De qualquer forma, há episódios para todos os gostos. Uns mais alternativos que outros, uns mais humanos que outros, uns mais cariocas que outros.
Numa panóplia tão vasta de realizadores e protagonistas como esta, é natural que haja ideias/visões do Rio de Janeiro que nos pareçam “esquisitas”. Mas, se há verdade sobre o Rio é que cada um tem a sua idealização daquele amplo Éden terrestre… e na minha cabeça, o Rio também não é bem assim.
Foi um prazer lá voltar.
Sempre deu para matar um pouco da saudade.
Ainda assim, confesso que esperaria muito mais… pelo menos o “meu Rio” é bem mais caloroso, bem mais romântico, bem mais amplo.