“Serena” de Susanne Bier
No mesmo dia que o terceiro capitulo de The Hunger Games estreava nos cinemas nacionais, Jennifer Lawrence surgia, pela terceira vez também, na grande tela ao lado de Bradley Cooper.
Silver Linings Playbook, American Hustle, Serena. Parece mais ou menos evidente que a qualidade das suas colaborações tem tendido a diminuir…
Aliás, a obra da dinamarquesa Susanne Bier (Things We Lost in the Fire) parece vir acompanhada de uns contornos mais ou menos conturbados. Com as filmagens concluídas ainda em 2012, o trabalho de pós-produção arrastou-se quase indefinidamente. As “más línguas” falavam da (pouca) qualidade do filme, a versão oficial de uma criteriosa procura pela melhor solução (na sala de montagem). Não há fumo sem fogo.
Finais dos anos 20, North Calorina, EUA. Um jovem madeireiro (Cooper) ganha fortuna explorando as ultimas madeiras exóticas dos EUA. Um negócio de pequena dimensão, maioritariamente masculino e alvo de contestação (ambiental).
O seu “mundo perfeito” será totalmente revolucionado pela chegada de Serena. Amor à primeira vista, não demorará muito até que George Pemberton faça da jovem sua esposa. Nascida no meio de matas, pinhais e madeireiros, a jovem rapidamente passa a dar o seu contributo nos negócios (da família). Porém, Serena está longe de ser uma mulher “do seu tempo”!
Percebe-se, a léguas, que o cinema resulta da adaptação de um romance (consagrado). Há todo uma linguagem, uma temática, um enredo que o denuncia claramente. Nada contra.
A história flui muito bem, o trabalho de fotografia é soberbo e os desempenhos competentes, em especial o da jovem atriz que confirma, num registo ambíguo, um crasso talento para o métíer.
No entanto, no cômputo geral há algo que não resulta em pleno. Fica a nítida ideia que o todo é inferior à soma das partes e que muito embora o registo grandioso o justifique, o filme perde demasiado fulgor ao enveredar por algumas intrigas particularmente redondantes.
Não é exatamente o que estávamos à espera e, como todos sabemos, esta questão das expectativas (defraudadas) raramente funciona em favor da apreciação final.
Quem sabe, uma possível nomeação pelo trabalho de Fotografia, não ajudará a justificar a sua visualização… num cinema (perto de ti). Quem sabe…