“Argumento de Amor (The Rewrite)” de Marc Lawrence
Marc Lawrence e Hugh Grant vão já na quarta colaboração (Two Weeks Notice, Music and Lyrics, Did You Hear About the Morgans?), tantos quantos os filmes realizados pelo nova-iorquino.
O percurso em conjunto tem tido os seus altos e baixos. Desta vez fica-se pelo mediano, e não há mal nenhum nisso.
Hugh Grant volta a fazer “de si mesmo”. Cabeça ao vento, pés ausentes da Terra e aquele ar de quem tem toda a sorte do mundo. Marisa Tomei segue-lhe o exemplo, com um ar ligeiramente mais sério mas igualmente goofy. No fundo, no fundo é esse o espírito do filme: leve, descontraído e engraçado.
No epicentro da história temos Keith Michaels (Grant), um talentoso argumentista a atravessar uma longa travessia no deserto que, anos volvidos da conquista do Oscar® de Melhor Argumento, encontra-se literalmente sem trabalho, sem família, sem dinheiro.
O desespero irá levá-lo de Hollywood até à ao costa Este, mais propriamente ao norte do Estado de Nova Iorque, onde um cargo como professor universitário e uma voluntariosa aluna mais madura (Tomei) o esperam. Falta saber até que ponto ele conseguirá lidar com uma realidade tão distante da que estava habituado…
Tem os seus momentos de humor. Tem as suas lições de vida. Tem o seu lado mais sentimental.
É um filme simples que conta uma história sem grandes ambições mas que cumpre plenamente a sua função. E se Grant e Tomei acabam por não surpreender nem decepcionar, já J.K. Simmons e Allison Janney funcionam como uma imensa lufada de ar fresco durante todo o filme. São breves momentos, esporádicos, mas ricos de sentido e emoção.
Marc Lawrence deve toda a sua carreira como realizador ao londrino Hugh Grant. O contrário não será tanto verdade mas parecem não restar dúvidas que esta parceria tem ajudado – especialmente nos último anos – o ator inglês a manter a chama e a sua carreira bem vivas.
Pessoalmente acho piada ao cinquentão inglês e à sua imagem tipicamente british.
Assim sendo, não há como não apreciar este The Rewrite mesmo tendo presente que está longe de ser um filme obrigatório.