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“Ted 2” de Seth MacFarlane


Ted 2 tem, de facto, os seus momentos mas fica a clara sensação que MacFarlane foi preguiçoso!

Continuando o estilo e a história que tanto sucesso gracejaram a Ted, Seth volta a contar com Mark e com um desbocado ursinho de peluche a quem dá voz. Mila (Kunis) cede o seu lugar a Amanda Seyfried – sem grande sobressalto – e o filme entretém-nos enquanto debate de forma surreal, a eterna questão dos direitos humanos/civis. Curiosamente essa é a parte boa do argumento, porque quando se desvia para a Comic Con de Nova Iorque e para os desvarios de Donny é um autêntico “salve-se quem puder”!

Verdade seja dita, ninguém entrou na sala da expetativa de confirmar o melhor argumento do ano mas também não era para isto. O velho e recalcado sarcasmo norte-americano é demasiadas vezes confundido com brejeirice e com a total ausência de ideias. Só que, de tanto arriscar – se há elogio a fazer a Seth é esse -, o filme acaba por acertar em uma ou outra cena (como a participação de Tom Brady ou o momento Stand Up Comedy) que acabam por justificar o preço do bilhete.

Os limites para o humor (negro) serão sempre discutíveis e voláteis mas quando se gosta, a gargalhada (bem sonora) é o único resultado expectável. Os sketches funcionam em pleno, pena é que o seu contributo para o enredo, como um todo, acabe por ser praticamente residual.

Ted e Tami-Lynn (Jessica Barth) querem ser pais mas para o poderem fazer Ted tem primeiro de ser reconhecido como uma pessoa em tribunal. Sem grandes recursos o urso de peluche e o seu amigo de toda a “vida” (Wahlberg) acabam por recorrer aos serviços de Samantha L. Jackson (Seyfried), uma advogada estagiária com mais coisas em comum com os dois amigos do que estes poderiam imaginar à partida.

Quando se testam limites e se “dispara” em todas as direções é complicado manter o mínimo de coerência e de fio condutor… especialmente lá pelas Américas, Por lá, comédia é sinónimo de SNL (Saturday Night Live) e os filmes mais ariscos acabam por refletir isso mesmo.

Se Ted surpreendia e marcava um estilo muito próprio, a sua sequela acaba por deixar muito a desejar… ao ponto de colocar em causa (digo eu) futuras aventuras do ursinho de peluche mais desbocado da América.

Depois de A Million Ways to Die in the West, Seth volta a não acertar o ponto.
Não sei se terá nova oportunidade para o fazer na 7ª arte.

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