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“O Renascido (The Revenant)” de Alejandro González Iñárritu


Deixemos de parte, por um momento, todo o ruído provocado pela massiva campanha de marketing montada em redor das imensas aspirações do filme aos Prémios da Temporada, nomeadamente The Oscars, e foquemo-nos no que de melhor ele tem para oferecer.

Retrato ímpar de sobrevivência regado com um extraordinário trabalho de realização, fotografia e dois imensos atores, The Revenant é um filme visceral, doloroso e autêntico.

UM ano depois de Birdman, Iñarritu muda por completo o disco e aventura-se num projeto de dimensões colossais. Rodado quase na sua totalidade no terreno e em condições climatéricas sub-humanas, só um homem com uma visão especial e um enorme talento seria capaz de assumir as rédeas de tal empreitada.

A acompanhá-lo dois malucos insaciáveis. Leonardo DiCaprio, outrora apenas uma cara laroca, tem construído a pulso uma carreira invejável, rodeado dos melhores e demonstrando, acima de tudo, uma sagacidade indomável. E, Tom Hardy, muito provavelmente o Melhor ator de 2015 – graças a Child 44, Mad Max: Fury Road, Legend e o filme que lhe valeu a sua 1ª nomeação aos Oscars, The Revenant.

Baseado numa histórica verídica, The Revenant leva-nos até aos confins da América praticamente desconhecida numa época, inícios do século XIX, em que as terras e as suas riquezas eram disputadas por americanos, franceses e índios de diferentes tribos.
Hugh Glass (DiCaprio) é o batedor de uma vasta incursão por territórios inóspitos, liderada pelo capitão Andrew Henry (Domhall Gleeson). Quando são brutalmente atacados pelos índios, os poucos sobreviventes batem em retirada, aventurando-se pelas florestas e montes em pleno Inverno, como única forma de despistar os seus perseguidores.
Até que um imenso urso-pardo deixa Hugh às portas da morte e os seus parceiros são obrigados a tomar a impossível decisão de o abandonar à sua sorte – opção defendida pelo irascível John Fitzgerald (Hardy) – ou carregá-lo por entre riachos, montanhas cobertas de neve e gelo e florestas intermináveis.

O que se seguirá é uma impensável e inqualificável luta entre um homem distinto e todas as probabilidades de sobrevivência. Desafiando todos os limites da lógica, razão ou emoção, o tour de force de DiCaprio e do próprio filme chega a ser doloroso de ver, quanto mais de imaginar. O empenho de todos os envolvidos é inquestionável, assim como a beleza das paisagens, das imagens e da mensagem.

O único senão é a quase total ausência de argumento e/ou enredo. Demasiado repetitivo e penoso, acabamos por desligar do filme e limitar-nos a apreciar a paisagem. O que numa sala IMAX até acaba por não ser assim tão mau…

Do ponto de vista técnico é irrepreensível.
Já a nível cinematográfico não será o exemplo mais completo, intelectualmente desafiante e agradável de se ver.

Fica ao critério de cada um… se chega mesmo a ser “o Melhor do Ano”.
Para nós, não deu.

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