“Uma Escolha por Amor (The Choice)” de Ross Katz
Em vésperas do Dia dos Namoradores, pouco fará tanto sentido como o novo filme (baseado na obra) de Nicholas Sparks.
The Choice é já o 11º filme baseado nas obras do famoso autor norte-americano e o 8º a ser comentado no Doces ou Salgadas?.
The Notebook – um dos poucos pré-Doces ou Salgadas? – continua, muito provavelmente, a ser o nosso preferido.
Apanágio da obra de Sparks, os principais condimentos do filme continuam a ser as belas paisagens do sudeste norte-americano, uma historia de Amor incondicional e o momento crucial em que a (in)felicidade dos protagonistas é posto à prova. O fator novidade é mesmo o estender da história para além do “normal” horizonte temporal de um romance dos nossos dias.
Ross Katz cumpre a sua função quanto aos 3 critérios iniciais mas deixa algo a desejar relativamente ao elemento surpresa. Após o que seria o “normal” desenlace, o filme arrasta-se sem grande brilho até ao momento chave mas nessa altura já todo o fascínio se dissipou.
Verdade seja dita, esse efeito anti-climax deve-se bem mais há (arriscada) escolha dos protagonistas do que propriamente à qualquer potencial lacuna de realização. Se Teresa Palmer (Warm Bodies) parece bem mais enquadrada com o estilo e espírito do filme, já Benjamim Walker (que recentemente vimos em In the Heart of the Sea) tem alguma dificuldade em transmitir a mesma confiança e, sobretudo, o expectável charme que a personagem obriga. E quando resta apenas ele em cena torna-se difícil manter a chama viva.
Travis (Walker) é um mulherengo que prefere não levar a vida muito a sério, exceção feita às suas conquistas amorosas. Porém, os seus dias de paz (interior) parecem ter chegado ao fim quando Gabby (Palmer) se instala na casa ao lado. O choque de personalidades é inevitável, assim como a curiosidade e a atração entre os dois. Mas a vida é feita de encruzilhadas, de escolhas e das suas consequências, e quando menos se espera algo… acontece.
Na comparação com a última incursão de Sparks pela 7ª arte, The Longest Ride, este The Choice perde na química entre o par romântico (às custas, como referido, de um casting forçado do protagonista masculino) e na complexidade do argumento, ganhando no estender da história para além do normal “prazo de validade”.
Tem os seus momentos que todo o casal de namorados irá apreciar, especialmente em função da época propícia em que nos encontramos. Mas falta chama, paixão até e, seguramente, algo de transcendente para o destacar do agri-doce chavão que se tornou a expressão “mais um filme baseado na obra de Nicholas Sparks“.
Mediano.