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“A Chefe (The Boss)” de Ben Falcone


As comédias norte-americanas com as devidas e destacadas exceções – veja-se o caso de Daddy’s Home – têm o irritante hábito de partir de um conceito engraçado, construir uma narrativa relativamente divertida e depois deitar tudo a perder com um terceiro acto deplorável.

Este The Boss, infelizmente, confirma a regra.

Melissa McCarthy tem vindo a construir uma carreira invejável no género somando sucessos atrás de sucessos (Spy, The Heat, Bridesmaids) fruto de muita dedicação e coragem, desafiando estereótipos e preconceitos.

Curiosamente, ou talvez não, os 3 filmes mencionados têm algo em comum, para além de Melissa, Paul Feig como realizador. O mesmo sucederá com o próximo Ghostbusters
Mas como os atores (e as atrizes) têm mais “tempo livre”, enquanto o seu realizador fetiche estava ocupado a finalizar a mais recente colaboração entre ambos, McCarthy entregou-se às ordens do seu marido para prosseguir o seu “plano de carreira”.

Grosso modo, The Boss não beliscará em nada a carreira na atriz do Illinois, aliás a sua Michelle Darnell é, de longe, o melhor que o filme tem para oferecer. Já no currículo pessoal, acredito que não venha a ser uma menção “obrigatória”. Bem pelo contrário.

Para além de marido, Ben Falcone tem tentado auxiliar como (sabe e) pode a carreira de Melissa McCarthy. Até agora não tem ajudado assim tanto como isso. Tammy não chegou a estrear entre nós e este The Boss não irá, seguramente, deixar grandes recordações.

Depois de uma infância difícil, Michelle (McCarthy) construiu “a pulso” um vasto império. Porém, o dinheiro traz, também, alguns inimigos e quando se vê atraiçoada e na ruína resta-lhe pouco mais do que apelar ao bom coração da sua antiga assistente (Kristen Bell) para ter um tecto e um sofá onde dormir.
Mas Michelle não é mulher de baixar os braços e fugir… a uma boa briga.

Apesar da previsibilidade, o primeiro acto desenvolve-se a bom ritmo dando-nos uma clara imagem do que nos espera e dos protagonistas. O segundo, mas comedido, mas original e bem divertido, mesmo com um humor demasiado norte-americano. O pior é que a imagem que fica é a do terceiro acto, precisamente aquele em que o non sense impera. Mesmo cheio de boa vontade, o filme perde-se irremediavelmente… para ficarmos apenas com uma razoável memória da sua protagonista.

Queríamos mais. Naturalmente.

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