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“Um Dia de Mãe (Mother’s Day)” de Garry Marshall


A parentalidade, especialmente os estereótipos que populam a cultura popular em torno da mesma, é um assunto que pela visão parcial que transmitiam, sempre me causou algum desconforto… e curiosidade.
Até experienciar a mesma, reservei-me apenas o direito de questionar essa imagem. Agora só posso refutá-la.

Da mesma forma que associamos os super-heróis ao sexo masculino (ainda que tendencialmente esse dogma comece a desvanecer), todas as donas de casa são do sexo feminino… ou, então, tema central de um qualquer filme de comédia de costumes onde o “homem” assume um papel jocoso e deslocado. Porém, nos dias de hoje, ambas as visões estão mais do que ultrapassadas e se as mulheres começam a “ganhar músculo” no cinema de aventura, estará mais do que na hora dos homens tratarem por tu todas as tarefas domésticas e familiares. Sem preconceitos.

Esperar que um filme com o sugestivo título de Mother’s Day, seja o epitáfio de tal movimento liberalista será, no mínimo, sinal de desmesurada ingenuidade. O que não quer dizer que não seja o local ideal para abordar o tema.

Mother’s Day, por todos e mais algo motivo, é um filme destinado a todas as mães (ou futuras mães) do mundo. O papel da progenitora é destacada, enaltecido e vangloriado em todas as suas formas e feitios, doa a quem doer. Ser mãe, como nunca, é motivo de orgulho e de inquestionável heroísmo. Mesmo em situações altamente questionáveis e/ou preconceituosas, o papel de mãe é único, insubstituível e omnipotente.

Felizmente há, por lá, um tal de Jack Whitehall – o inglês aspirante a artista cómico – que representa a ponta do iceberg dos pais dos dias de hoje. Só assim, se torna culturalmente possível aguentar com o enredo do filme.

A popularíssima Miranda  (Roberts) é confrontada com o seu passado. Sandy (Aniston) tem de lidar com a nova companheira do seu ex-marido. Jesse (Hudson) tenta equilibrar o seu papel de filha e de mãe. Bradley (Sudeikis) desespera por se adaptar à ausência da mãe das suas filhas.
Nas vésperas de mais Um Dia da Mãe, emoções, comoções e todos os exemplares do sexo feminino estão ao rubro!

Não me tomem por sisudo ou eclético. Tenho uma admiração especial pelos chamados filmes mosaico, mesmo aqueles do mais puro populismo, como Valentine’s Day ou New Year’s Eve – de alguma forma os antecessores deste Mother’s Day – o meu problema é de género, e não de número.

Julia Roberts, Jennifer Aniston, Kate Hudson, Britt Robertson e Jason Sudeikis (ele de forma estereotipadíssima) fazem a sua parte mas em meados da segunda década do século XXI, o argumento é demasiado preconceituoso para o meu gosto e paladar.

Parece natural que as mulheres, na sua generalidade, adorem o filme ou pelo menos o retrato que delas é feito nele. Aos homens resta evitá-lo ou render-se às suas “obrigações” de bom pai e bom marido.

Já cinematograficamente falando, não há muito a conversar.

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  1. Um Dia de Mãe: 5*

    Eu sou homem e adorei o filme, tem um ou outro cliché mas o argumento foi bastante bem trabalhado.
    Contudo "Um Dia de Mãe" não era um filme que me chamasse a atenção, mas fui vê-lo e não me arrependi pois "Mother's Day" ganha por ter um enredo bastante coeso e o seu argumento é sem dúvida um dos seus trunfos.

    Cumprimentos, Frederico Daniel.

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