“Passageiros (Passengers)” de Morten Tyldum
Nunca é fácil reescrever um comentário (depois de perder a totalidade do seu conteúdo) mas lá terá de ser!
Por princípio rejeitamos qualquer intromissão do crítico na divulgação dos pormenores do enredo dos filmes, mas neste caso, estamos convictos que o fim justifica os meios.
Houve claramente um problema de comunicação com este Passengers.
Uma parte foi “culpa” nossa que, formatados por anos e anos de aventuras espaciais, acabamos por interpretar o mínimo problema tecnológico a bordo de uma nave espacial como o prenúncio de algo dantesco. 2001: A Space Odyssey, Alien, Sunshine são alguns (os principais?) exemplos para que assim fosse. E é mais forte do que nós.
No restante, a peca é mesmo da campanha de marketing do filme que o “vendeu” como uma aventura espacial com uma dose considerável de suspense e maquiavelismo e se “esqueceu” de falar da solidão, do romance e do próprio sentido da vida.
Chris Pratt e Jennifer Lawrence fazem a sua parte. Mais ele que carrega o filme sozinho no primeiro acto. Um pouco menos ela que, ainda assim, domina o segundo. Juntos formam muito provavelmente o par mais apelativo do mundo do cinema na atualidade (ok, com a exceção de Ryan Gosling–Emma Stone) mas duvido que Passengers marque o início de uma parceria tão recorrente. Simplesmente porque ambos parecem bem mais seguros e vistosos a solo, do que propriamente quando partilham a grande tela.
120 anos. Um novo planeta. Uma nova galáxia. É esse o destino dos mais de 5.000 passageiros da Avalon. Mas, tudo será ligeiramente diferente para 2 deles…
(Pratt) acorda 30 anos depois de iniciada a viagem. Sozinho, o expedito engenheiro mecânico tudo fará para descobrir o que se sucedeu com a sua cápsula de hibernação e tentar passar o tempo. Felizmente, tem com quem desabafar. Arthur (Sheen) pode ser um robot mas ao menos é um barman… e, como todos, um bom ouvinte. Um dos temas de conversa é Aurora Lane (Lawrence) uma jovem escritora que permanece em estado de hibernação, à semelhança dos demais passageiros, mas durante quanto tempo mais?
A vida é uma viagem que, na larga maioria dos casos, optamos por partilhar com alguém. Dentro de uma nave espacial ou em qualquer outro lugar, o caminho é sempre mais importante do que o destino final. Certo?
Estas e outras questões relativas ao mais rudimentar comportamento humano são o âmago de um filme de puro entretenimento e fantasia… que pouco ou nada tem de ficção científica ou sistemas operativos doentios.
Dito isto, Passengers NÃO é um filme sobre aventuras espaciais e viagens intergaláticas. NÃO é um filme sobre o futuro da humanidade NEM, tão pouco, sobre as adversidades impostas por uma viagem condenada.
A mais recente obra do realizador norueguês Morten Tyldum (responsável por um dos melhores filmes de 2015, The Imitation Game) é um jovial filme de entretenimento que se preocupa em avaliar o ser humano, em colocá-lo perante as mais básicas questões da sua própria natureza, mas que, prometemos, vos deixará com um sorriso na cara, ao sair da sala de cinema.
Chega de fatalismo, considerações filosóficas ou viagens quadrimensionais. O espaço pode, também, ser o lugar ideal para uma efervescente história de amor… espacialmente entre um engenheiro mecânico e uma escritora que “dificilmente se encontrariam no mundo real”.
É um filme simpático.
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