“John Wick 2 (John Wick: Chapter 2)” de Chad Stahelski
De sequela em sequela…
Podia ser uma referência aos filmes que vão estreando, por estes dias, nas nossas salas de cinema. Mas não é.
A referência é mesmo ao percurso de John Wick na 7ª arte. Depois do estrondoso sucesso do primeiro capítulo, este segundo estreia já com a promessa de que teremos Keanu Reeves na pele do assassino mais implacável do mundo por, pelo menos, mais DOIS Capítulos.
Para além do tremendo espetáculo de matança e ação, podemos contar com o seu novo melhor amigo (do homem) e o sempre imponente Laurence Fishburne, num papel preponderante, para os próximos capítulos. Parece incrível mas há mesmo uma vive de Matrix no ar… só faltava, agora, a Carrie Anne-Moss se juntar à festa, digo eu.
Para já, o principal antagonista é o italiano Riccardo Scamarcio, num papel do playboy-mafioso italiano que “convence” John Wick (Reeves) a voltar, novamente, ao ativo. Muito a contragosto, John volta a usar os seus imensos recursos, para 2h de pancadaria, tiros, e muita ação.
O filme retoma o quotidiano de John Wick, poucas horas depois da ação do filme anterior. John pretende apenas encontrar, à sua maneira, a paz interior que tanto necessita mas, como é fácil de imaginar, será sol de pouca dura. Encurralado, resta-lhe seguir “em frente”, doa a quem doer!!
Tal como tínhamos referido na crítica ao John Wick original, o passado do realizador Chad Stahelski como duplo, é por demais evidente. Não há lugar a “momentos mortos”- o que, em si, é já um trocadilho curioso. Sempre em alta rotação John Wick, e todos os outros que o tentam matar, não nos dão descanso. De momento eletrizante, em momento eletrizante, nada se desperdiça. E se houver oportunidade de mais um tiro certeiro ou uma facada direta ao coração, melhor ainda.
Dito isto, é fácil de perceber que este Chapter 2 não será “praia para qualquer banhista”. Quem vem à procura de ver o bom velho Keanu Reeves, pode ter a certeza que encontrará bem mais do que estava à espera. Os que pretendem um filme mais completo e complexo, escusam de perder tempo – aliás o que não falta, por estes dias, são filmes completos e, sobretudo, complexos nas nossas salas de cinema – aqui só irão encontrar ação da rija… e da boa!
E, assim, graças ao seu antigo duplo – Chad e Keanu conhecem-se desde os tempos de The Matrix, altura em que Chad fazia de duplo, precisamente de Keanu – eis que um dos atores mais admirados (e suspirados, pelas senhoras) do início do século, ganha nova vida.
Será redundante dizer que Reeves encaixam que nem uma luva em Wick. Sem tempo para grandes considerações filosóficas ou sentimentais, John Wick é um símbolo dos nossos dias. Um assassino implacável que, ainda assim, consegue conquistar a admiração e respeito dos espetadores.
O capítulo 3 e 4 (e por aí fora) parecem mais do que garantidos. Em termos de bilheteiras, o sucesso (a ver pelos resultados nos EUA) tem sido incrível e numa altura em que os filmes de (super-)heróis tendem a direcionar-se para um público cada vez mais jovem (ou infantil) – de forma a caber nos padrões definidos pelos analistas do sector – é sempre muito bom constatar que ainda há coragem e talento para fazer um filme “à moda antiga”!
Liam Neeson, Denzel Washington ou Jason Statham podem ter desbravado o caminho mas Keanu (e Chad) parece decidido em encontrar o seu próprio espaço, num registo ainda mais realista, bruto e estonteante. Goste-se muito… ou assim assim.
Dá nossa parte, “venha lá mais um, e a seguir vem outro… porque apenas mais um, sabe-nos a pouco!“.
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